Faz mais de um ano de pandemia e a esquerda pequeno-burguesa achou, com isso, a justificativa para fazer o que ela já fazia antes da pandemia, nada. A crise de saúde deu o argumento perfeito para paralisar completamente as organizações da esquerda, partidos, sindicatos, etc.
Como o pessoal está com a vida mais ou menos estabilizada, não foi difícil fechar as organizações, falar que era para evitar a pandemia, e falar para os associados, para aqueles que deveriam defender, se vira. E assim, sem suas organizações de luta, o povo ficou cara a cara com a crise de saúde e social, à própria sorte.
Chegou-se a uma situação em que a política da esquerda, o que seria a vanguarda da luta do povo, foi completamente igual à política dos golpistas, ficar em casa e aguardar a crise passar, quando todos sabem que isso não resolve nada para a população, como, de fato, não resolveu.
O que aconteceu é que milhões de brasileiros estão passando fome, outros tantos milhões desempregados, tendo gerado até saques de lojas e aumento de crimes, e mais de 370 mil mortos pelo Covid-19, e a política da esquerda é ficar em casa.
Ficar em casa é luxo, sempre foi, desde antes da pandemia. É uma política de gente com a vida ajeitada, e que não quer sofrer risco algum. Se outros estão sofrendo, expostos, morrendo, tudo pode, enfim, são os outros. É uma política covarde para qualquer organização ou pessoa da esquerda. É abandonar o outro à própria sorte, para encarar sozinho o desastre social que assola o país.
A política do ficar em casa é entregar a iniciativa das ações totalmente para direita, e não espanta que os direitistas tenham marcado um ato para a Paulista no próximo 1º de Maio, estão à vontade diante da total covardia da esquerda-fica-em-casa.
Isso já é para deixar qualquer pessoa com muita raiva, especialmente as que estão sofrendo diante da pandemia e a total paralisia da esquerda.
Acontece que a crise pode gerar problemas para a classe média, da qual a esquerda pequeno-burguesa faz parte. Então, ok, pode ficar em casa, mas é preciso reforçar a segurança, o portão, as cercas elétricas, a segurança particular, para que evite que mendigos, moradores de rua e outros entrem na casa ou no condomínio e resolvam assaltar todo mundo, espancar gente e levar coisas embora.
Enfim, para alívio de todos, o PCO está chamando o ato de 1º de Maio de verdade, para as ruas da Paulista, no Masp, com bandeiras, faixas, e o que mais tiver direito. Se a direita for, a gente chuta o saco deles, pode ser que acerte a boca da esquerda pequeno-burguesa, mas enfim, melhor que ficar em casa eu garanto que será.