No momento em que o STF reafirmou por 8 x 3 votos a decisão de anulação das condenações que foram imputadas, o ex-presidente Lula concedeu entrevista ao canal de TV argentino C5N,no qual afirmou:
“Se for necessário serei candidato, para ganhar as eleições de um fascista que se chama Bolsonaro, um genocida, por ser o maior responsável pelo caos na pandemia”
Lula também aproveitou para, mais uma vez, criticar o processo fraudulento que levou à sua cassação, em 2018:
“Foi uma mentira muito grande, mas meus advogados provaram que era uma farsa. O juiz mentiu, os procuradores mentiram, a Polícia Federal mentiu, porque tinham que me tirar da disputa eleitoral. Mas estou pronto para a briga”.
A declaração reveste-se da maior importância diante do verdadeiro circo armado no Supremo, uma vez mais, para dar a aparência de que os imperiais senhores da capa preta estariam decidindo com neutralidade e imparcialidade sobre os direitos políticos da maior liderança popular do País. Isso quando, longe de fazer justiça à norma fundamental de que o acusado (seja ele quem for) tem direito a um juízo competente, a decisão tratou apenas de buscar lançar uma boia salva-vidas para a putrefata operação Lava Jato e buscar restabelecer a autoridade abalada do judiciário, incluindo o STF, que foi um dos pilares do golpe de Estado e da operação fraudulenta que levou ao governo ilegítimo de Bolsonaro.
A Corte ainda deve apreciar o caso da suspeição do ex-juiz fascista, Sérgio Moro, que como explicou o ministro Ricardo Lewandowski,
“por que está sendo trazido ao plenário? Sejamos claros. Porque envolve o ex-presidente da República.“
O que temos é mais um julgamento de exceção, do tribunal do arbítrio, suposto defensor da Constituição que – mais uma vez – viola a cláusula pétrea da Lei maior que estabelece que “Todos são iguais perante a lei” (Art. 5º), mas que age diferente por se tratar de Lula.
Nada mais nada menos do que um juízo totalmente parcial, comprometido até a medula com o regime golpista e, por conseguinte, com todas as suas consequências desastrosas, ainda que procure aparentar uma imparcialidade que nunca demonstrou, ante a situação de colapso do País, em consonância com o ditado popular que estabelece que “filho feio não tem pai”. Assim como os partidos tradicionais da direita que deram o golpe e ajudaram – mesmo contrariados – a eleger Bolsonaro não querem assumir, agora, a paternidade do governo, mesmo desejando mantê-lo e, se preciso for, reelegê-lo contra Lula e todo o povo brasileiro, o STF quer se mostrar imparcial para continuar usando e abusando de sua parcialidade na defesa dos interesses golpistas da burguesia que representa.
Uma situação que evidencia, como ficou declarado de forma explicita no voto do presidente do STF, Luiz Fux, tais como:
“deixar ressalva a inexistência de incompetência geral da operação lava jato” ,
“decisão limitada à competência territorial”,
“juiz competente pode ratificar todos os atos do juiz incompetente”
A situação evidencia a necessidade de que a esquerda, os defensores dos direitos democráticos do povo, os trabalhadores e todas as suas organizações, levantem a questão da candidatura de Lula a presidente, como uma das bandeiras centrais da luta da classe trabalhadora e de todo o povo, para o próximo período.
A resposta da esquerda à “indagação” de Lula, sobre a necessidade de sua candidatura, só pode ser uma:
SIM! SIM! SIM!
Precisamos de Lula candidato como uma arma para impulsionar a mobilização dos trabalhadores.
Por isso, neste 1º de Maio, dia internacional de luta da classe trabalhadora, vamos às ruas e avançar na organização dos trabalhadores na defesa dos direitos políticos de Lula e por sua candidatura presidencial como parte da luta contra o genocídio, a fome, a miséria e o desemprego e por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.