No próximo dia 26 de abril, fará exatamente um ano e dois meses que o primeiro caso de contaminação de Coronavírus foi identificado no Brasil, em um cidadão que havia viajado para a Itália. No dia 17 de março de 2020 foi registrada a primeira morte por COVID-19 no País, ou seja, quase um ano e um mês atrás. Isso sem contar, obviamente, que o o contágio já havia começado na China, ainda no final de 2019, e naquele momento já era responsável por centenas de mortes na Europa.
Naquele momento, as primeiras notícias geraram certa histeria no povo. Histeria, como sempre impulsionada pela imprensa burguesa. Iniciou-se, a partir das primeiras mortes, muita propaganda de tipo demagógica: “isolamento social”, “fique em casa”, “use máscara”, “respeite a vida” e coisas do tipo que tinham duas funções: a primeira, fingir que a burguesia se importava com a contaminação do povo e que estava fazendo alguma coisa contra a pandemia; segundo, tocar os corações histéricos e piegas da classe média para que ela servisse como correia de transmissão dessa propaganda.
Ao mesmo tempo em que a imprensa golpista oficial e parte dos governos ligados à direita tradicional, como é o caso de João Doria (PSDB), faziam essa propaganda, o governo federal, principalmente o próprio Jair Bolsonaro, usava outra tática. Procurou o tempo todo debochar da doença, negando seu real perigo. As palavras igualmente histéricas de Bolsonaro tinham um sentido parecido, mas visavam a atingir outro setor da população, que estava – e está – mais preocupado na falência do seu estabelecimento do que com o contágio do vírus.
Ambos os setores da direita, portanto, estavam fazendo propaganda. O primeiro para convencer de que algo estava sendo feito para combater a pandemia, o segundo de que estava preocupado com a “economia”. No final das contas, ambos os setores golpistas não fizeram absolutamente nada nem para a pandemia nem para a economia.
E como vimos no início do artigo, os governos tiveram mais de um ano para fazer alguma coisa. Não fizeram nada. A única coisa que continuaram fazendo é propaganda, que agora já convence menos pessoas. É bom dizer também que parte dessa propaganda serve para colocar a culpa da transmissão no povo, esse é o significado por trás do fique em casa e agora do tal do lockdown. Vale dizer que o povo, que não perdeu o emprego, continua a trabalhar normalmente durante todo esse período e o lockdown continua, portanto, ser mais propaganda do que uma medida efetiva.
E de fato não há medida efetiva dos governos. Alguém será ingênuo o suficiente para crer que depois de mais um ano não teriam tempo para construir mais hospitais, mais leitos de UTI e enfermarias, adquirir mais e melhores equipamentos como respiradores, organizar um mutirão de testes massivos em toda a população?
Esse mais de um ano de pandemia e quase 360 mil mortes pelo Coronavírus ensinou uma dura lição. Os capitalistas, todos esses que deram o golpe de Estado de 2016, têm uma política consciente de matança da população. Se essa política não fosse consciente, teriam ao menos tomado medidas simples para conter o vírus, sim, porque preparar mais leitos de UTI para receber doente é uma medida simples.
Mas vejamos uma medida ainda mais simples que poderia ter sido tomada. É muito óbvio que uma testagem em massa da população seria uma arma muito importante contra a propagação da doença. Quando falávamos isso no início da pandemia, os governos se escondiam atrás da mentira de que não havia testes o suficiente e que portanto não era possível levar adiante uma política de testagem em massa. Mas e agora?
Agora há testes em farmácias e laboratórios, qualquer um a qualquer hora pode fazer o teste e o resultado sai na hora. Qualquer um a qualquer hora desde que tenha em média um pouco mais de cem reais para pagar o teste.
E aí estamos claramente diante da política consciente de genocídio da população. Uma medida simples e barata, porém bastante eficiente, como a testagem em massa não é feita porque os governos estão deixando as grandes redes de farmácia e os laboratórios particulares encherem os tubos de grana com a venda de testes. E para quem já teve a oportunidade de fazer um, sabe que aquilo deveria custar muito barato, 10 reais talvez? Trata-se de um cotonete e uma plaquinha de plástico com um reagente.
Em muitas cidades é comum a secretaria de saúde ou algum outro órgão montarem uma barraquinha no centro da cidade e em algum bairro de periferia para realização de testes como o de diabetes e outros gratuitamente. Por que não fazem e não fizeram isso com os testes de Coronavírus, ou melhor ainda, por que não passaram de casa em casa testando a população para que se fizesse um isolamento social mais eficiente? A resposta é simples. Os governos genocidas não querem gastar um real a mais com o povo e ao mesmo tempo estão dando o dinheiro para os capitalistas da saúde.
Para finalizar a história macabra, há a vacinação que não avança no País. E mais uma vez, os brasileiros foram obrigados a ouvir muita propaganda e pouca ação.
Esses genocidas tiveram mais de um ano para fazer alguma coisa e não fizeram nada. Estão assistindo ao povo morrer como moscas por uma doença que não é tão agressiva assim, bastaria uma ação enérgica dos governos para frear o número de infectados e mortes. Os primeiros 12 dias de abril já ultrapassaram o número de mortes de todo o mês de julho, o de maior número de mortos em 2020. Mas eles continuam assistindo as cifras aumentarem e não fazem nada a não ser propaganda e uma propaganda canalha que coloca a culpa de tudo o que está acontecendo na vítima, que é o povo.
A verdadeira “ciência” que pode resolver a catástrofe da pandemia – e da miséria – no País é colocar para fora todos esses golpistas, Bolsonaro, Doria e cia.