Ex-funcionários da Cinemateca Brasileira, uma das mais importantes instituições da produção audiovisual brasileira e da América Latina, redigiram um manifesto demandando o seu retorno aos postos de trabalho dos quais foram demitidos em agosto do ano passado pela Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), que gerenciava a instituição.
A situação da instituição já vinha se deteriorando devido às ações do governo. Em julho de 2020, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação contra a União sustentando que o Poder Executivo era responsável por “estrangulamento financeiro e abandono administrativo”, neste ano o governo não havia renovado o contrato com a Cinemateca, fazendo com que deixasse de receber cerca de 12 milhões. O fato serve como evidência do sucateamento promovido pelo governo Bolsonaro a uma instituição de suma importância para a cultura nacional. O último contrato data de 2019 quando foram repassados 12,2 milhões. Em agosto de 2020 a PF acompanhando o secretário nacional de audiovisual, Hélio Ferraz, tomou as chaves e assumiu o controle sobre a Cinemateca.
Em função desta crise um convênio emergencial estava organizado para acontecer onde Sociedade de Amigos da Cinemateca (SAC) assumiria a gestão. Este novo contrato foi anunciado em dezembro de 2020 e estava previsto para ser firmado em janeiro deste ano, o que não ocorreu.
O acervo da Cinemateca é de inestimável importância para todo audiovisual brasileiro, possui 250 mil rolos de filmes e mais de um milhão de documentos relacionados ao cinema. Os ex-funcionários devem se mobilizar de forma a reassumir seus postos e impedir a já iniciada destruição da Cinemateca e do áudio-visual brasileiro.