O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou na última quarta-feira (7) mais uma presepada em favor da volta às aulas, uma política genocida promovida pela burguesia brasileira contra os trabalhadores. O governo estadual ofertará um auxílio de 500 reais para os responsáveis de alunos de escolas estaduais para trabalharem por quatro horas diárias no retorno às aulas.
Isso mostra como a burguesia está disposta a fazer de tudo para que as escolas estejam abertas, promovendo, assim, a morte de milhares de alunos e profissionais da educação. Essa medida, na verdade, nada mais é do que uma demagogia para convencer o povo,que é majoritariamente contrário à volta às aulas, pelo retorno.
Como tem sido denunciado periodicamente pelo Diário Causa Operária, a direita brasileira está desesperada para o retorno às aulas, que é uma tentativa de salvar o capital financeiro. Porém, mesmo diante de tanta propaganda e lobby de órgãos da empresa burguesa e grupos científicos vendidos, a população não engoliu o engodo da “volta segura às aulas”, com protocolos mambembes que todos sabem que não funcionam nem na cabeça de quem os inventa. Dessa forma, o governo estadual tenta dar ares civilizados a uma medida que mata e continuará matando milhares de pessoas aos dias. Agora, os responsáveis não se contaminarão com os filhos em casa, mas sim nos transportes públicos e colégios pelo valor de 500 reais mensais.
Doria alega estar preocupado com a situação social que assola o país diante da crise do capitalismo potencializada pela pandemia. Por essa razão, promove esse projeto para dar um “auxílio” a quem está sem renda. Isso não passa de pura demagogia e cálculo político. Não devemos nos enganar.
Sabendo do desespero financeiro de milhares de pessoas diante do desemprego e da fome promovidos pela burguesia, o governador de São Paulo trata esses pais e mães como se fossem meretrizes, desesperados e a fim de arriscar tudo para ganhar um trocado. Por outro lado, não é de interesse dele oferecer um auxílio emergencial para que as pessoas fiquem em casa se protegendo do vírus. Pelo contrário, joga a população aos maiores riscos por uma mixaria que não chega à metade de um salário.
Os governos estaduais, assim como o governo federal, se recusam a promover uma política de auxílio emergencial verdadeiramente digno e eficaz. Já não se fala mais em auxílio no valor de 600, uma esmola indigna diante do tanto de dinheiro que o Estado brasileiro tem jorrado nos bolsos dos bancos. Quiçá o valor de um salário mínimo, que desde sempre deveria ser a bandeira de toda a esquerda de conjunto, seja dos partidos ou das organizações sociais. O povo está jogado na lama, numa verdadeira política de salve-se quem puder.
Os trabalhadores não podem se deixar enganar por mais essa ação demagógica que visa à promoção de uma política genocida. Devemos batalhar pelo auxílio digno, de salário mínimo a todo trabalhador que estiver fora do mercado de trabalho. Somente dessa forma o combate ao coronavírus poderá ser efetivo, dando condições para que as famílias se protejam do vírus e da miséria.
Além disso, devemos seguir na campanha contra a volta às aulas, medida que tem ceifado milhares de vida e que continuará matando enquanto não houver uma campanha real de vacinação em massa da população brasileira.