O Balé Teatro Castro Alves (BTCA), companhia oficial de dança da Bahia, completou quarenta anos de existência em 2021.
Para comemorar o aniversário do BTCA, serão realizados programações com exibição de espetáculos, documentários, bate-papos e ações nas redes sociais. O grupo conquistou reconhecimento internacional pela qualidade técnica e ousadia nas apresentações. A importância do grupo de dança é histórica. Foi o primeiro grupo de dança do Nordeste e é o quinto mais antigo do Brasil em atividade.
No último domingo (4) ocorreu a exibição do documentário Memórias em Movimento – A História do Balé Teatro Castro Alves. O documentário tem 90 minutos e remonta à trajetória do BTCA, explora os bastidores do teatro, entrevista coreógrafos e bailarinos e conta com imagens de espetáculos, além de fotos e filmes amadores.
Wanderley Meira, diretor artístico do BTCA desde 2019, salientou que “durante o convívio com o corpo estável de dança da companhia, percebi que uma das coisas mais importantes nela é a diversidade histórica. Vamos lembrar que é uma companhia do estado, que atravessa mudanças de pensamentos políticos, artísticos e culturais”. Há um contato muito intenso com a população. Merece destaque o Projeto Voltando aos Palcos, parceria do BTCA com a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba).
A personalidade histórica que dá nome ao grupo, Castro Alves, foi um destacado poeta brasileiro, conhecido como “o poeta dos escravos”, e representante da causa abolicionista no século XIX.
É importante destacar a importância do BTCA no contexto do regime golpista dominado pela extrema-direita bolsonarista. O presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) é um inimigo declarado dos artistas, intelectuais e da cultura crítica. O orçamento público para a área da cultura foi reduzido praticamente a zero.
Bolsonaro e a extrema-direita que controlam o Estado querem estrangular os artistas através do corte de todo tipo de financiamento público. A arte é uma forma de politizar a sociedade, criar concepções de mundo mais ricas e críticas e se torna frequentemente um fator de confronto com os poderosos. Por isso, os fascistas não a suportam.
A máxima dos fascistas em relação à arte pode ser resumida nas palavras de um general franquista da época da guerra civil espanhola (1936-1939).. Ele disse “abaixo a inteligência!”. A destruição da arte e, como consequência, do artista é parte da reorganização política do País operada a partir do golpe de Estado de 2016.