Em 31 de março de 1901 na cidade de Porto Alegre (RS), nascia o militar do Exército Alcides Gonçalves Etchegoyen, dando início a uma linha de militares golpistas.
No período do Estado Novo (julho de 1942), Alcides Etchegoyen tornou-se chefe de polícia do Distrito Federal, substituindo o torturador Filinto Müller. Etchegoyen adquiriu experiência no combate contra as atividades políticas de oposição ao regime fascista. Permaneceu chefe de polícia até 1943, quando demitiu-se de suas funções.
No ano de sua promoção para general-de-brigada (1952), o Brasil assinou um acordo militar com os Estados Unidos. Etchegoyen defendeu o acordo e exigia medidas enérgicas contra os comunistas. O general posicionou-se contra a campanha nacionalista em favor do monopólio estatal do Petróleo pela Petrobras. Na sequência, participou, em conjunto com outros setores das Forças Armadas, da campanha golpista contra o presidente Getúlio Vargas, o que resultou em seu suicídio.
A conspiração política para impedir a posse de Juscelino Kubitschek e do vice-presidente João Goulart (1955) contou com o envolvimento de Alcides. Na época, o golpe foi impedido pelas manobras do Marechal Teixeira Lott.
Os filhos de Alcides, Leo e Cyro Etchegoyen tiveram papel de destaque também na articulação golpista de 1964 e participaram dos governos militares até 1985. Cyro ocupou o posto de chefe da seção de contra-informações do Centro de Inteligência do Exército (CIE) e foi apontado pelo coronel Paulo Malhães, torturador confesso, como responsável pela Casa da Morte, centro de tortura das Forças Armadas localizado em Petrópolis (RJ).
A Comissão Nacional da Verdade, instituída para esclarecer os crimes da ditadura militar, cita Leo e Cyro entre os mais de 300 militares responsáveis por “graves violações de direitos humanos”.
Sérgio Etchegoyen é o mais recente golpista da linhagem. Este assumiu o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Michel Temer (MDB), depois de participar da conspiração que resultou na queda da presidente Dilma Rousseff (PT).
Conforme demonstra seu histórico de crimes, a linhagem Etchegoyen tem participação nos principais golpes de Estado da história recente do País. É uma família de extrema-direita, visceralmente anticomunista e avessa a qualquer tipo de interesse popular.
A burguesia cultiva e perpetua linhagens como estas no interior do aparelho de repressão estatal. É preciso ter as pessoas certas para desempenharem determinadas funções quando se faz necessário. Os Etchegoyen são experientes na repressão política à esquerda, montagem de centros de tortura, articulação de golpes de Estado em favor de forças estrangeiras e destruição dos direitos do povo de seu próprio País. São os carrascos perfeitos da burguesia nacional e do imperialismo.