Com a crise do capitalismo, iniciou-se um aprofundamento de cortes para todas as áreas relacionadas a Arte e Cultura. Os artistas ficaram relegados a um plano secundário dentro da sociedade capitalista e a cínica imprensa burguesa tenta convencer o telespectador que alguns de seus artistas de laboratório são realmente artistas. Já temos um longo período em que a arte, nada tem progressista e muito menos revolucionária. Nas últimas décadas o que se viu foi um aumento do distanciamento econômico entre os artistas, onde uma minoria consegue ganhar um bom dinheiro, enquanto um outro setor sequer sobrevive da sua arte.
O que parecia uma coisa horrenda, pioraria com a ascensão da direita golpista, que no caso do Brasil, acabou com o ministério da Cultura – transformando em secretaria -, provocando um corte violento nos editais de verbas sobre o tema. Com a chegada da pandemia, sem a possibilidade de aglomeração, todas as casas de shows, circos, locais públicos, etc. fecharam suas portas e profissionais da cultura ficaram simplesmente ao léu.
O projeto inicial de lives em canais online foi literalmente um fracasso. O auxílio emergencial – como é sabido – não serviu para nada e a perspectiva de melhoras da pandemia é zero. Alguns profissionais da cultura tentaram se reinventar em meio à pandemia, com criações de redes sociais e coisas do tipo, contudo sabemos que o alcance dessas redes são regulados por grandes monopólios que muitas vezes possuem o interesse oposto da expressão artística. Sobrou uma solidariedade da classe, com relatos de amigos fazendo doações de cestas básicas e contribuições de todo o tipo. Pequenos proprietários de bares tradicionais de São Paulo, enfrentam ainda o aluguel, luz, água e o espaço vazio. Situação piorada na política de lockdown.
A Lei Aldir Blanc, que prevê o repasse de verba para os trabalhadores de Cultura, não atende minimamente a demanda desse setor que no Brasil é amplo e com certeza jamais apoiará projetos que criticam o governo.
Os artistas devem se mobilizar dentro das suas associações e em conjunto com todos os trabalhadores para exigirem um programa real que atenda as necessidades básicas de suas famílias, com um auxílio digno, cancelamento de taxas de água, luz, esgoto, etc. Se os artistas ficarem na dependência do governo genocida de Bolsonaro, será uma derrota ainda maior para a Cultura, visto que na pandemia se criou uma oportunidade para a direita golpista oprimir ainda mais a arte no país.