Os trabalhadores da cultura foram os primeiros a sofrer com o fechamento dos museus, cinemas e o cancelamento de espetáculos devido à pandemia e continuam desassistidos pelos governos genocidas que não apresentam estratégias para o enfrentamento da pandemia, como auxílio emergencial e com o capitalismo que explora a cultura e seus trabalhadores.
A paralisação do setor da cultura começou na segunda semana de março de 2020. Um ano depois, a situação dos trabalhadores e das estruturas do setor continua piorando cada vez mais sem perspectivas de auxílio por parte, dos governos. A pandemia escancarou os problemas estruturais do setor de cultura provocados por anos de falta de investimento num serviço público de cultura e agravados pela política aniquilação da cultura do governo Bolsonaro e governadores e prefeitos que são alinhados à política genocida do governo federal e da direita dita civilizada e científica.
O setor da cultura é caracterizado, em sua maior parte, por micro e pequenas empresas, por profissionais autônomos, e pela precariedade nas condições de trabalho, pela inexistência de um regime de trabalho e proteção social específicos, assim, a desproteção dos trabalhadores da cultura é total. Quem mais sofre são os trabalhadores do circo, artesãos, artistas visuais, atores, músicos, educadores e técnicos de várias especialidades que estão há um ano sem conseguir trabalhar e sem rendimentos. Não sabendo nem como vão pagar suas contas e manter suas famílias.
Organizações nacionais e internacionais divulgam dados que revelam a profundidade e a extensão dos impactos da pandemia e da forma como os capitalistas tratam a cultura. No final do ano de 2020, em meio aos “planos de desconfinamento” para “retomada da economia”, o setor somava perdas para mais de 70% em comparação a 2019. De acordo com dados publicados pela PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), somente no primeiro semestre de 2020, foram registrados queda de 76,85% dos empregos de editorial, 49,66% dos empregos das atividades artesanais, 43% dos empregos das artes cênicas e artes visuais e, 38,71% dos empregos de Cinema, Música, Fotografia, Rádio e TV.
Com a pandemia aumentou a procura por assinaturas de serviços de streaming, sendo que uma das maiores empresas do ramo, no primeiro trimestre de 2020 aumentou sua procura em 16 milhões de assinantes no mundo inteiro, o dobro do previsto. Com esse cenário de descaso dos governos aliados à política do capital estrangeiro, as empresas de cultura locais são aniquiladas enquanto que as grandes empresas do capital estrangeiro tornam seu monopólio cada vez maior.
Para que a situação dos trabalhadores da cultura mude, é preciso que se tenha auxílio emergencial de no mínimo um salário mínimo e políticas reais dos governos para fomentar a cultura nacional, principalmente, entre os setores como os trabalhadores artesãos, artistas visuais, músicos, do cinema e da rádio que geram milhares de empregos produzindo e divulgando a cultura popular e nacional.