A pandemia escancarou a escravidão da mulher ao lar. A situação da mulher que já é muito ruim no sistema capitalista falido, que aproveita da sua condição biológica de reprodução para explorá-la e mantê-la presa em casa, durante a pandemia piorou em vários outros sentidos.
Houve um aumento da violência doméstica. As mulheres foram as mais atingidas pelo desemprego. Carregam sozinhas o peso da falta de assistência no cuidado com os filhos, que foi ampliado pelo aumento da pobreza, pelo ensino remoto e pelas perdas por Covid-19. Ainda por cima, as mulheres estão sendo atacadas pelo governo ilegítimo fascista que, para manter sua base de classe média direitista, tem feito de tudo para dificultar, aniquilar, o acesso aos poucos direitos adquiridos, como o do aborto legal.
Vale ressaltar a situação das mulheres que estão na linha de frente do atendimento de pacientes com Covid-19. São enfermeiras, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, farmacêuticas, faxineiras, psicólogas, nutricionistas, médicas, atendentes e outras mulheres, que constituem no mínimo 60% a 70% da força de trabalho dedicada ao trabalho direto com os doentes, além do trabalho com os seus familiares.
Mesmo casadas acabam criando seus filhos sozinhas. Gastam em média duas horas para ir e mais duas para voltar do trabalho, acumulam plantões em outras unidades de saúde para cobrir as despesas da família, cuidam das lições dos filhos, da saúde dos pais e ainda cozinham, fazem compras e limpam a casa nas horas em que deveriam descansar.
Em troca, o capitalismo oferece salários mais baixos, condições precárias de trabalho e de assistência social. Com a intensificação da crise capitalista, a burguesia, para obter mais lucros, aumenta ainda mais a sua ofensiva contra a classe trabalhadora, especialmente contra a mulher.
A exploração e a opressão das mulheres são parte do funcionamento do capitalismo. A mulher ao cuidar do lar e da criação dos filhos está desempenhando um importante papel econômico. Por isso, ele não permite o desenvolvimento das forças produtivas e da organização social para eliminar o trabalho doméstico e como consequência a escravidão da mulher.
Nesse sentido, a libertação da mulher depende da libertação dos afazeres domésticos. Depende, do desenvolvimento econômico que possibilite a absorção pela sociedade do trabalho doméstico, ou seja, a socialização do trabalho doméstico.
A emancipação das mulheres não se dará por meio de lutas parciais, que pregam o seu “empoderamento”, o que acaba por reforçar a opressão. Mas sim, pelo reconhecimento da raiz do problema, pela luta de classes contra o regime capitalista. Contra toda a ofensiva do capitalismo e do fascismo o PCO defende a luta revolucionária da classe operária para a emancipação das mulheres. Diante da pandemia e do regime golpista, a luta das mulheres reivindica:
• Vacina para todos e auxílio emergencial de pelo menos 1 salário mínimo;
• Redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem redução salarial!
• Fim da discriminação salarial contra as mulheres: funções iguais, salários iguais;
• Fim da criminalização do aborto. Que as mulheres decidam!
• Atendimento dos casos de “aborto legal” pela rede pública de saúde;
• Garantia de todas as conquistas históricas dos trabalhadores, como férias, 13º salário, insalubridade, licença-maternidade etc;
• Pela estatização do sistema de saúde e da educação, com atendimento gratuito a toda a população;
• Fora Bolsonaro, eleições gerais, anulação de todos os processos contra Lula, restituição de seus direitos políticos.