Cerca de 600 trabalhadores da Viação Acari, uma das empresas dos consórcios Internorte e Transcarioca, que opera no estado do Rio de Janeiro a 59 anos, que atualmente executa o trajeto de passageiros na zona norte, zona sul e centro da cidade do Rio de Janeiro, com 150 ónibus, transportando diariamente 40 mil passageiros, obtiveram liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para que a empresa pague os salários atrasados num prazo de 48 horas.
Segundo a decisão do TRT, é o prazo estipulado para que a Acari apresente os comprovantes, mediante a apresentação de contracheques e transferências bancárias para a quitação das dívidas, senão incorreram em multa de atraso de 2% nos 10 primeiros dias de atraso, 5% após os 10 dias até 30º dia e 10% a partir do 31º dia, multa essa que incidirá sobre o total da folha de pagamento inadimplente.
Os trabalhadores da Viação Acari estão sem receber os seus salários, 13º, tíquete-refeição e cesta básica desde de dezembro de 2020. Em protesto, os rodoviários já haviam cruzados os braços no mês de janeiro e, retornaram ao trabalho, devido ao acordo da empresa, firmado com o sindicato representativo da categoria, de que iria regularizar o pagamento dos atrasados no dia 25 de janeiro, o que efetivamente não ocorreu.
Não é nenhuma novidade as justificativas desses parasitas capitalistas, que vivem às custas da exploração dos trabalhadores e da população em geral, as “dificuldades” financeiras da empresa. Segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb Rio), José Carlos, o caso da inadimplência com os trabalhadores da Viação Acari não é um caso isolado e, logicamente, José Carlos tem razão.
Um exemplo que caracteriza esse tipo de golpe dos cartéis de empresas, que prestam serviços para os estados, é o que está acontecendo com os trabalhadores rodoviários em Teresina (PI), que se encontram em greve a mais de um mês, pleiteando as mesmas reivindicações dos rodoviários do Rio de Janeiro: os pagamentos atrasados dos seus salários.
As cínicas justificativas dos patrões, para passar por cima dos direitos dos trabalhadores é sempre a mesma, as tais “dificuldades financeiras”, métodos tradicionais utilizados pelas empresas terceirizadas, com o objetivo claro de aumentar os seus lucros, na tentativa de forçar o reajuste nas tarifas e o aumento do repasse dos recursos públicos para esses abutres capitalistas. Se não é assim, porque não apresentam as planilhas de custos, quando solicitado pelas organizações dos trabalhadores!
Para barrar a jogatina entre empresários e seus representantes nos governos que, sistematicamente sacrificam os trabalhadores e a população em geral para beneficiar meia dúzia de parasitas, é necessário organizar uma luta geral pela estatização os serviços públicos de transporte, serviços esses que são tratados como mercadoria e não como um serviço essencial para toda a população.
Fazer com que a prefeitura, que é gestora dos contratos de concessão, tome para si a operação, sob o controle dos trabalhadores, dado que os transportes são um direito social, e absorva todos os trabalhadores como servidores municipais.