A crise política, ainda mais evidente, após a anulação das sentenças contra o ex-presidente Lula que havia sido condenado pela fraudulenta Operação Lava Jato, expõe os vícios do sistema político brasileiro, além de deixar clara toda a conspiração que levou a cabo o golpe de estado de 2016 e causou a queda da então Presidenta Dilma Rousseff, prendeu Lula evitando que o mesmo concorresse nas eleições presidenciais de 2018 e elegeu o ignóbil Jair Bolsonaro ao maior cargo do poder executivo brasileiro.
Na esteira desse processo, destruição do patrimônio nacional, desemprego, miséria e liquidação das condições de vida do povo operário.
O atual panorama político nacional, à luz das revelações sobre as arbitrariedades jurídicas da Operação Lava-Jato, principalmente conduzida pelas figuras de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, com as intenções políticas do Poder Judiciário, o apoio espúrio da Polícia Federal e dos militares, a conivência da imprensa golpista e a presença de atores do imperialismo na forma do Departamento de Estado norte-americano, se revela um barril de pólvora prestes a explodir e levar consigo todo o regime político do país.
O complexo cenário político vivenciado hoje é resultado da ação de diversos atores que corroboraram com todas a perseguição impostas contra o Partido dos Trabalhadores, principalmente, contra o ex-presidente Lula. Nesse sentido, o regime político brasileiro em frangalhos tenta se sustentar por meio das ações premeditadas dos ministros do STF, que nesse momento, barganham a liberdade de Lula como um fiel da balança pela salvação de suas reputações e do sistema político de conjunto. A contenção de danos promovida pelo STF consiste na falsa premissa de isenção perante os processos contra Luiz Inácio, dessa forma, enquanto o STF finge um caráter democrático a favor de Lula, tende a incentivar novas arbitrariedades realizadas por um novo tribunal, no caso, do Distrito Federal.
O furor popular oriundo da recente elegibilidade eleitoral do ex-presidente Lula não deve cegar os setores populares para uma possibilidade latente que pode ser arquitetada pela burguesia, em outras palavras, não deixa de ser uma hipótese plausível que a anulação feita por Fachin tenha sido objetivada como uma cortina de fumaça para que se salve a Lava-Jato possibilitando que a mesma continue, mesmo sem a cúpula fascista de Curitiba. Portanto, é uma política de entrega dos anéis e de preservação dos dedos. A manobra antecipatória de Edson Fachin e a possível suspeição de Sérgio Moro revelam a profundidade da crise e o descompasso entre os setores que conduziam o cenário político antes da crise vigente.
O explosivo panorama político brasileiro deveria ser explorado pela esquerda, que se posicionando de forma mais incisiva, poderia conduzir uma grande mobilização popular contra o governo Bolsonaro e consequentemente contra a política adotada pela burguesia golpista. Portanto, exigir a divulgação de tudo que foi e continua sendo escondido pela Lava-Jato é fundamental para que o povo brasileiro conheça a participação do imperialismo, dos militares, do STF e das figuras golpistas da direita brasileira que conduziram o golpe de Estado.
Estamos diante do maior escândalo jurídico e institucional na vida política brasileira. que envolveu os principais partidos políticos brasileiros, sejam em apoio ou omissão. Arregimentou a principal corte do Poder Judiciário brasileiro num claro ataque contra os direitos democráticos da população. Obteve guarita dos militares que achacavam possíveis desvios dos planos propostos pela Operação Lava-Jato e pelo imperialismo. Sendo amplamente alardeada e impulsionada pela imprensa golpista, porta-voz da burguesia, principalmente pela Rede Globo.
A Operação Lava Jato configura um dos episódios mais dantescos da história política brasileira. Dilapidou o patrimônio nacional, permitiu o avanço da extrema-direita no País, atuou lesando a pátria e a soberania brasileira, entregou ao estrangeiro uma parcela considerável das riquezas nacionais aumentando o fluxo de capitais para o exterior, geraram uma inegável piora nas condições de vida do povo brasileiro.
Portanto, a atuação da “República de Curitiba” possui um didatismo intrínseco e merece ser observado e bem detalhado comprovando o papel da lei, da polícia e todo o aparato repressivo que o Estado possui para achincalhar a vida do povo trabalhador. Para isso lançou mão de conduções coercitivas, abusos de autoridades, prisões arbitrárias, recusas ao amplo direito de defesa, prisões em segunda instância, delações ilegais, chantagem, assédio moral, vazamentos ilegais de chefes de Estado, espionagem etc. Enfim, valia tudo e mais um pouco para que a esquerda e os trabalhadores fossem execrados definitivamente da vida política do país.
A situação atual exige que a esquerda se unifique em torno da candidatura de Lula, figura central da crise política.
Maior liderança política dos trabalhadores, a candidatura de Lula pode impulsionar a mobilização por uma alternativa própria dos trabalhadores diante da crise. Trata-se de impulsionar a inevitável polarização política, no sentido de uma vitória dos trabalhadores contra o golpe de Estado e toda a burguesia golpista.