A volta às aulas em São Paulo, decretada pelo Governador João Doria, trouxe consigo um triste, porém previsível, saldo de mortes e contaminações pela COVID-19. Na data de hoje, 09/03/2021, o estado já registra 4.084 casos relacionados a reabertura das escolas e vinte e uma mortes contabilizadas.
A explosão de casos era óbvia, mesmo com a suposta efetividade do modelo rotativo de alunos. Segundo a Comissão Médica da Educação da Secretaria de Estado da Educação, as mortes foram de 19 trabalhadores da educação e dois estudantes. O governo do PSDB, entretanto, não informou se as vitimas eram de escolas estaduais, municipais ou privadas. Outras 24.345 pessoas, até o momento, se encontram com suspeita de infecção da doença.
O aumento das ocorrências após o período de planejamento do governo, que ocorreu de 26 a 29 de janeiro deste ano, demonstra de forma inequívoca que a volta às aulas trouxe a explosão de contaminação consigo.
Conforme o Boletim Epidemiológico do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para COVID-19 (Simed), já foram registrados 33 casos de coronavírus nas escolas de São Paulo nas três primeiras semanas. Na semana do planejamento da volta às aulas, de 26 a 29 de janeiro, onde os professores foram obrigados a comparecer pelo governo Doria, 82 casos de COVID-19 foram registrados. Logicamente, os casos aumentaram, chegando a 1.130 confirmações, na semana de 28 de fevereiro a 6 de março. E totalizando 4.084 casos de COVID-19. Isso em dados oficiais, quando é sabido que existe uma enorme subnotificação no controle da doença.
O governador decidiu por usar a matemática para distorcer os, já escassos, dados fornecidos: para criar uma aparência de controle, optou por registrar que a proporção de casos confirmados de COVID-19 nas escolas seria 33 vezes menor do que a registrada no geral e, para isso, calculou a taxa de contaminações por 100 mil habitantes e comparou com a taxa de contaminações por 100 mil estudantes. Porém, João Doria considerou todos os 9,9 milhões de estudantes do estado na equação, coisa que derrubou a taxa de contaminações para 41 em cada 100 mil estudantes, enquanto a taxa geral é de 1.393 por 100 mil.
O próprio secretário da Educação, Rossieli Soares, admitiu que somente 600 mil estudantes realmente voltaram às aulas. Tendo este número em mente, usando a matemática real e sem subterfúgios ideológicos, a taxa de contaminação seria de 680 casos por 100 mil, um número 16 vezes maior do que o apresentado pela gestão tucana.
Diante deste cenário de mortes e mentiras, se mostra imperativo, mais uma vez, defender a greve do sistema educacional. Se o sistema não parar, os profissionais que ali tentam tirar seu sustento irão, inevitavelmente, morrer. O claro interesse econômico do Governo Estadual por trás destas decisões demonstra uma clara falta de preocupação do Poder Público para com seus “protegidos”. Claro como 1+1 resulta em 2, é fato que se as aulas não cessarem, não restarão professores ou crianças para frequentar as escolas.