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Carnaval 2021

Desemprego e prejuízo: governos não têm política para o carnaval

O cancelamento do Carnaval aprofundou a crise econômica, pelo menos 75 mil postos de trabalho deixaram de ser criados e R$ 8 bilhões de serem arrecadados

De acordo com estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 8 bilhões com o cancelamento do carnaval devido ao agravamento da pandemia do coronavírus. Pelo menos 75 mil postos de trabalho deixaram de ser criados, sendo cerca de 25 mil deles formalizados com registro em CLT, em restaurantes, bares e hoteis, áreas que se fortalecem no país durante as festas. As estimativas da CNC levam em consideração dados gerados pelo carnaval de 2020, ano de início da pandemia.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entidade mantida pelo movimento sindical, apontou crescimento negativo nos números de empregabilidade no país, que gerou 350 mil postos de trabalho a menos em setores alimentados pelo turismo, como bares, restaurantes e hoteis. Os impactos econômicos da pandemia são evidentes.

A pandemia do novo coronavírus tem sido amplamente utilizada como pretexto para o cancelamento de eventos, afetando trabalhadores e setores que dependiam da renda gerada por tais atividades. A ausência de políticas públicas no governo golpista de Bolsonaro apenas intensifica o que já era evidente: os golpistas não têm qualquer interesse em auxiliar a população, mas sim deixá-la sem quaisquer alternativas em meio à devastação econômica causada pela pandemia e pela crise capitalista, agravada pelo golpe de Estado (2016) e pela fraude eleitoral (2018). A pandemia não foi a grande causadora dos problemas econômicos e sociais hoje presentes no Brasil, mas escancarou e intensificou a recessão e a crise capitalista que há anos assolam o país.

A burguesia, que sempre se beneficiou da exploração da enorme indústria do carnaval, não pode simplesmente jogar a conta da crise para cima dos trabalhadores. É necessário o retorno do auxílio emergencial, mas que seja pelo menos de 1 salário mínimo R$ 1.100, além de outras políticas para que setores tão importantes não deixem de gerar empregos e renda para a população, especialmente durante períodos tão importantes no país, como o carnaval. É necessário também a vacinação para todos, o mais rápido possível, para que a pandemia enfim seja controlada.

Com a ausência de medidas voltadas a amparar os trabalhadores, mais cidades podem sofrer prejuízos ainda maiores, como as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que juntas deixaram de arrecadar R$ 4,5 bilhões  sem o carnaval de 2021. A categoria dos artistas, que depende dos eventos para trabalhar, está sem perspectivas.

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