“Estamos insatisfeitos com a forma que o governo vem tratando o parque. As ações deveriam ter anuência ou ao menos a participação do conselho para verificar a pertinência. Mas os órgãos têm negado informações e tentado esvaziar a função do conselho. Por isso nos manifestamos em repúdio”, explica o conselheiro do Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador, na Bahia, Paulo Canário. Parque, cujo qual, o governador do PT, Rui Costa, que se apresenta como de esquerda e progressista, quer privatizar, seguindo a política da direita e assim caminhar de mãos dadas com os fascistas de plantão.
Desde dezembro de 2018 uma moção de repúdio foi aprovada pelo Conselho Gestor contra a mudança na poligonal do parque sem a devida comunicação ao Conselho. Logo após a exclusão de um terreno próximo ao Alto do São João do parque, uma área de cerca de 17.000m2 foi completamente devastada pela incorporadora AL-TEIX com licença emitida pela prefeitura de Salvador de forma irregular. A legalidade da mudança de poligonal e da emissão da licença estão sendo questionadas pelo Ministério Público e Grupo Ambientalista da Bahia na justiça.
Na última quinta-feira, o Conselho Gestor do Parque Metropolitano de Pituaçu aprovou outra moção de repúdio às declarações de secretários de estado sobre planos para privatizar o parque. Os conselheiros afirmam não terem sido consultados, nem sequer informados da intenção da gestão estadual e foram surpreendidos ao saberem através da imprensa das intenções de conceder o parque para a iniciativa privada. Segundo a moção de repúdio, o desrespeito ao conselho enquanto instância consultiva de gestão participativa e controle social tem sido constante. Eles convocam representantes do Governo do Estado a prestarem esclarecimentos em reunião extraordinária.
O governador da Bahia, um economista, com sua política igual a da direita, pois age como eles. Compara-se a sua atitude com a do governador do estado de São Paulo, João Dória, em dezembro de 2020, que propõe em um edital que prevê a concessão do Conjunto Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, conhecido como Complexo Desportivo do Ibirapuera, onde terá no lugar a construção de uma arena e a possibilidade de demolição de todos os equipamentos esportivos do local.
Muitas questões estão envolvidas e a maioria delas, se não todas, podem não representar o interesse da população diretamente afetada: os usuários do parque. Onde a principal questão passou a ser pensada como uma empresa, que precisa dar lucro, onde os que frequentam são consumidores e não cidadãos.