O desmoronamento da Operação Lava Jato se torna cada vez mais de conhecimento púbico, na medida em que a força tarefa sofre reveses consecutivos diante do próprio Supremo Tribunal Federal (STF). O último deles foi quando nesta segunda (9), o tribunal decidiu, por 4 votos a 1, permitir que a defesa do ex-presente Lula utilizasse as provas da operação “Spoofing”, como os diálogos entre os integrantes da Lava Jato, especialmente o ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol.
As conversas que os integrantes da força tarefa mantiveram ao longo dos anos da operação são uma comprovação de que não se tratava de uma investigação, mas de uma verdadeira caça aos adversários políticos, em que o principal alvo sempre foi o ex-presidente Lula.
O então juiz da vara de Curitiba e o procurador do “power point” mantinham uma verdadeira organização criminosa, trocando informações sigilosas e articulando os próximos passos entre a acusação de Lula (feita pelo Ministério Público) e o próprio juiz que julgaria o caso (Moro).
Entre diálogos dos mais diversos, uma das revelações que resume o caráter criminoso da operação, foi quando Dallagnol disse que a prisão do ex-presidente Lula era “um presente da CIA”, a Central de Inteligência dos Estados Unidos da América (EUA).
Desta forma, o fato do processo ter começado errado já seria suficiente para que todos os seus desdobramentos, como as sentenças, fossem tornadas nulas. No entanto, a Lava Jato foi muito além. Juiz e procuradores passaram por cima de todos os ritos legais, previstos nos códigos de processo civil, penal e na própria Constituição Federal de 1988 – de forma deliberada, que era planejada e orientada entre conversas diretas entre o juiz e os procuradores do MP.
Foi esta relação promíscua entre agentes públicos, em que juiz e acusação se uniram para perseguir deliberadamente os investigados, que levou às condenações de Lula e de diversas outras pessoas, que foram utilizadas, torturadas com prisões preventivas e delações, para que a Lava Jato conseguisse atingir o ex-presidente.
Isto implica que todos os processos contra Lula devem ser automaticamente anulados.
No entanto, para descartar Moro e Dallagnol, vide operação que já foi encerrada em Curitiba, os ministros do STF estão conduzindo uma manobra para aprovar a suspeição de Moro apenas em um dos processos em que condenou Lula.
Ou seja, trata-se de uma tentativa clara de salvar a Lava Jato e suas condenações ilegais contra o ex-presidente. Este é, claramente, o interesse da burguesia de impedir que a crise da Lava Jato leve à anulação dos processos contra Lula, que conseguiria, desta forma, a restituição dos seus direitos políticos.