A derrota e, principalmente, a desmoralização da política da esquerda de frente ampla com os golpistas nas eleições para as mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, alem de escancarar o vale-tudo de setores dessa esquerda que, mostram um disposição de ir até o fundo da pocilga, do esgoto do Congresso Nacional para lutar por míseros cargos que nada representam para a luta dos trabalhadores que dizem representar.
A bancada na Câmara dos partidos que se reivindicam da esquerda que, sozinha totaliza cerca de 130 deputados, se juntou à direita golpista, sob a liderança de Rodrigo Maia (DEM), ao lado de bandidos golpistas do PSDB, MDB, PSL, DEM, Solidariedade etc. para no final o “seu” candidato obter 145 votos e ter que mendigar até o voto dos bolsonaristas para ocupar a segunda secretaria da Câmara dos Deputados.
No Senado, não houve nem mesmo o disfarce da Câmara, de que se tratava de “lutar contra Bolsonaro”, os setores mais reacionários da esquerda apoiaram diretamente o candidato de Bolsonaro, para ficar com uma terceira secretaria.
Os supostos aliados da esquerda, se evadiram. Os “progressistas” de araque se juntaram ao “centrão” e aos bolsonaristas, diante do fato de que não há nenhum acordo geral na burguesia sobre a necessidade de derrotar, nesse momento, o presidente improvisado, que toda a direita apoiou mesmo que a contragosto) para derrotar a esquerda em 2018.
Não há novidade, eles já estiveram juntos e “misturados”, no golpe de Estado de 2016, na reacionária campanha de perseguição ao ex-presidente Lula (com a criminosa e pornográfica lava jato), na votação de tudo o que representasse destruir as já precárias condições de vida do povo brasileiro para atender aos vorazes apetites do imperialismo e do grande capital “nacional”: congelamento dos gastos públicos, “reformas” trabalhista e da Previdência, privatizações etc.
Mostrando que sempre é possível ir mais fundo, quando se abandona (ou nunca se teve) o compromisso com a luta pelos interesses dos trabalhadores e dos explorados, acima dos interesses particulares, das máfias, das burocracias que dominam os partidos de esquerda, alguns setores ainda procuram defender essa política de derrotas e humilhações e alimentar a ilusão de que há uma direita democrática no Brasil, capa de se colocar na defesa (mesmo que limitada) dos interesses dos povo.
Um simples exame da realidade, da experiência dos últimos anos, da luta de classes no País, muito além dos discursos, deixa evidente que nenhum setor da direita é democrático, age em favor dos interesses da maioria da população.
Todas as alas da burguesia golpista, seja os “negacionistas”, seja os “científicos” e outros, estão alinhados em torno da política genocida de “deixar morrer” a população pobre e trabalhadora, pela pandemia, pela fome, desemprego etc., enquanto buscam “socorrer” os bancos e os monopólios.
Os capitalistas e seus governos que matam as pessoas de fome não têm nada de democrático. Da mesma forma que o governo genocida de Bolsonaro, os governo estaduais e municipais do PSDB, DEM, MDB etc. são verdadeiras ditaduras de características fascistas, que impulsionam a expropriação, repressão e a matança da população trabalhadora, como se vê no genocídio realizada pelas PM’s (mais de 6 mil mortos por ano), no ataque a tudo que é público (saúde, Educação etc.) em favor dos tubarões capitalistas.
Os governos de Sarney, Collor, Itamar, FHC e Temer não foram democráticos e todo o regime mostrengo instituído após a ditadura militar nunca se livrou de elementos fundamentais do regime militar, como no caso da tutela dos militares e seu papel decisivo em todos os momentos de crise, contra os interesses do povo e os direitos democráticos da maioria. O imperial judiciário sequer foi tocado e nunca esteve submetido a nenhum tipo de controle popular. A PM, base de apoio de Bolsonaro, verdadeira máquina de guerra contra a população nobre e negra, nunca foi sequer contida. Nenhum dos governos “democráticos” sequer tocaram nesses e outros fundamentos ditatoriais do regime politico.
Os golpistas da direita que se dizem “oposição” a Bolsonaro e contra o seu fascismo, são tão ditatoriais e reacionários (ou até mais) do que ele. Nem de longe, têm como o objetivo se livrar do fascismo, não querem extinguir o fascismo como opção política a ser usada contra a revolta das massas diante dos ataques que, unida toda a direita, impõe. Precisam, todos eles, ser derrotados pela revolta popular.
A esquerda classista precisa dar a batalha para que amplas parcelas do ativismo, da juventude, dos trabalhadores, superem essa política de derrotas e desmoralização da esquerda de correr atrás da inexistente direita democrática e avançar na organização da luta contra ela. Fora Bolsonaro, Dória e todos os golpistas.





