O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, será julgado pela Justiça peruana pelo plano de esterilização forçada de 350 mil mulheres e 25 mil homens camponeses e indígenas. À época esta prática foi prevista pelo Programa Nacional de Planejamento Familiar.
Fujimori, que governou o país de 1990 a 2000 em regime ditatorial serviçal dos EUA, será julgado em 1º de março junto com três ex-ministros da Saúde: Eduardo Yong Motta, Marino Costa Bauer e Alejandro Aguinaga.
Um dos casos, entre os que ficaram mundialmente conhecidos, foi o de Josefina Quispe, de 33 anos, entrevistada pela BBC News, denunciando que foi submetida sem consentimento ao programa de planejamento familiar. “Eu estava grávida de 32 semanas e não me sentia muito bem, então fui consultar meu médico. Eles me avaliaram e decidiram realizar uma cesariana de emergência”. O bebê nasceu com dificuldades respiratórias e morreu pouco depois.
“Havia um médico tentando me consolar, dizendo: ‘Não se preocupe, você ainda é jovem, você pode ter outro bebê’. Mas outro médico respondeu: ‘Ela não pode ter mais filhos. Nós a esterilizamos’”, relatou.
Todas aquelas mulheres de origem indígena e/ou de famílias pobres, foram sequestradas, ameaçadas e intimidadas por agentes do governo. Elas eram trancadas em “clínicas”, amarradas e tinham o procedimento de esterilização (e em alguns casos de aborto) feitos contra a sua vontade.
O inquérito já tem 14.357 páginas, em 23 volumes, e há 12 anos adormecia em um arquivo do Ministério Público, em Lima. Desde outubro do ano passado essa comissão da Organização dos Estados Americanos pressionava o governo Ollanta Humala pela reabertura do caso.
Nessa época, as mulheres em idade fértil representavam 41% da população rural peruana e eram comuns as famílias com mais de cinco filhos.
Os EUA foram os principais financiadores do programa de esterilizações em massa comandado por Fujimori. Fomentaram essa política com US$ 180 milhões, em valores de hoje. O patrocínio começou no governo do republicano George H. W. Bush, e prosseguiu na administração Bill Clinton. A ONU chancelou, via Fundo para a População, que ironicamente foi criado para reduzir a pobreza e promover os direitos das mulheres e de minorias.
Estas são práticas abertamente nazistas, demonstrando quem são os imperialistas dos EUA e seus capachos fascistas em toda a América Latina.