A volta às aulas passou a ser um tema do cotidiano da população desde o fim do ano passado, quando, a mando das secretarias de Educação nos estados, as escolas passaram a enviar informações sobre a preparação para volta presencial dos alunos. Em um primeiro momento, as mensagens se ocupam de tentar resolver os problemas com a política do EaD, que não teve tanta adesão dos alunos por limitações técnicas e de qualidade.
Nas escolas da rede estadual do “científico” Doria, os alunos foram obrigados a fazer uma série de provas e trabalhos acumulados enviadas ou entregues de última hora, sob ameaça de repetência dos alunos. Além disto, no começo da pandemia os alunos não foram avisados sobre as aulas em EaD até por volta de dois meses depois do seu começo. Depois, com a campanha global de volta às aulas em plena pandemia, as mensagens passaram a ser voltadas ao tema da volta presencial.
No começo do quarto bimestre, no final do ano passado, os alunos foram procurados e, sob pena até de procura do conselho tutelar e também da volta às aulas presenciais, foram ameaçados a participarem das aulas online pelas administrações da escolas. Agora, no começo do ano de 2021, a volta às aulas foi anunciada em São Paulo de forma inadiável, morra quem morrer, os alunos serão “permitidos”, ou seja, obrigados a voltar para as salas de aula não importando o número de casos e mortos nas regiões do estado.
Agora, com a volta às aulas programadas para o dia primeiro de fevereiro, daqui a menos de duas semanas, Doria o “científico” oferece para juventude mais um ataque da direita golpista, e mais uma vez contra o bilhete dos estudantes. Como todos sabemos, a direita sempre procurou retirar o direito legitimo da juventude, que muitas vezes se encontra desempregada, ao passe livre e aos descontos do bilhete único para os estudantes. Com a pandemia e as aulas online, muitas instituições da Educação Básica e de Ensino Superior perderam seu direito ao bilhete único.
Porém, agora com o início das aulas, mensagens que devem se repetir aos alunos em todas as escolas foram enviadas. Para exemplificar, é possível mostrar trechos de uma mensagem por e-mail que a redação do Diário Causa Operária teve acesso. A mensagem é da Escola Estadual Antônio Alcântara Machado com o seguinte conteúdo:
“Bom dia, alunos, senhores pais e responsáveis,
Comunico que estamos acertando a questão do bilhete único/SPTRANS. Quando estivermos prontos para confirmar os dados dos alunos para 2021, informaremos a todos.
As cotas serão liberadas somente nos dias em que o aluno tenha que participar presencialmente das aulas neste primeiro momento. Imagino que todos já estejam cientes do fato de que, no primeiro momento, haverá rodízio de alunos: todos frequentarão presencialmente, mas não todos os dias. Quando estivermos mais próximos do início, informaremos como se dará essa escala.
Aproveito para relembrar que QUALQUER ASSUNTO DE SECRETARIA (documentação, histórico etc.) DEVE SER TRATADO COM A SECRETARIA, NÃO POR AQUI. Os contatos são: e004777a@educacao.sp.gov.br (e-mail) e 5061-4335 (Telefone).
Atenciosamente”
Como é possível observar, a mensagem da mesma escola que pretendeu conter o desespero de pais e alunos com a volta às aulas informa que durante a volta às aulas presenciais, que serão executadas em rodízio, os alunos só terão acesso às cotas do bilhete único nos dias em que o aluno terá que participar presencialmente das aulas, o que é uma limitação do direito dos estudantes. Não satisfeitos com a volta às aulas e toda a burocracia em torno do bilhete único estudantil, a direita golpista representada pelo governo de Doria ainda quer limitar o direito daqueles que o possuem.
É preciso ressaltar que tal ataque configura um avanço da direita sobre o direito ao passe estudantil e não pode ser permitido pela juventude. A secretaria de Doria não pode ter o direito de limitar quando bem quiser, os direitos dos alunos, muito menos em uma época de pandemia, em que o passe estudantil garante a milhões de estudantes do estado o direito à livre locomoção enquanto a maioria da juventude está desempregada. É preciso barrar imediatamente este ataque que ameaça de retirar diretamente o direito de mais de quatro milhões de jovens matriculados na rede estadual de educação paulista.
É preciso observar também que é claro que as escolas não estão agindo por conta própria mas, estão agindo por orientação da Secretaria Estadual de Educação do Governo do Estado de São Paulo, ou seja, é uma exigência do governo de Doria exercer este ataque contra o direito dos estudantes. Assim como a volta às aulas também é uma exigência da direita e está sendo implementada nas escolas a contra gosto de toda comunidade escolar.
Não é possível aceitar esta série de ataques sem uma ofensiva dos estudantes contra a direita. É preciso mobilizar os estudantes contra mais este ataque, contra a volta às aulas presenciais e a farsa do ensino híbrido e contra a direita que quer obrigar o genocídio nas escolas públicas. Fora Doria e demais golpistas!