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Direito a alimentação

Não às aulas presenciais e cesta básica para todos

Crianças relegadas ao genocídio e a fome na pandemia

Já estamos chegando a um ano de uma pandemia de proporções enormes e a política de um governo genocida. Até o momento documenta-se mais de 200 mil brasileiros mortos e nenhuma ação consequente foi tomada para resolução do problema. Não existe sinal de recuo da infecção, pelo contrário, o aumento é uma realidade.

Umas das consequências dessa crise foi o fechamento das escolas em março do ano passado, já que as unidades públicas não têm a menor condição estrutural e material de atender as crianças e jovens com condições mínimas de segurança sanitária, devido ao abandono e falta de investimentos adequados dos governos.

Os alunos se alimentavam nas escolas todos os dias, com o fechamento e sem merenda, a fome para muitos se tornou realidade, boa parte das famílias trabalhadoras perderam as condições mínimas de alimentar seus filhos. Ações como distribuição de cestas básicas ou cartão merenda, além do auxílio emergencial de 600 reais, a que muitos comemoraram, não banca as necessidades mínimas de uma família, em um momento em que a alta inflacionária atinge itens de primeira necessidade, como alimentos mais básicos e aluguel.

O governo de São Paulo fez até muita demagogia, prometeu no início da pandemia uma medida emergencial com a liberação de R$ 40,5 milhões por mês para alimentação de estudantes da rede estadual do estado, que não atenderam nem metade das crianças necessitadas.

Nesse momento, com o fim do auxílio, nossas crianças e suas famílias estão em uma situação de vulnerabilidade ainda maior. A política de ensino a distância, que tomou conta das redes públicas, escancarou essa realidade para os professores e para quem trabalha no ensino público e colocou uma enorme contradição, exigir dos alunos presença e participação nas aulas remotas, quando muitos não tem o comer na mesa. Como se estuda se esta nem ao menos alimentado?

É preciso exigir que garantam alimentação de qualidade para todas as crianças, enquanto não houver vacinas e retorno as aulas presenciais normalmente. Com a distribuição de cestas básicas ou cartão merenda e prorrogação do auxílio emergencial em um valor adequado para suprir as necessidades das pessoas.

Porém, precisa se estar claro que isso só se dará com a organização da população nos bairros de moradia, é preciso existir uma força organizada para exigir dos governos que essas reivindicações sejam atendidas, pois se esperarmos que os prefeitos, governadores, deputados e todos os outros parlamentares tomem uma atitude para socorrer as pessoas mais necessitadas nada acontecerá.

A população dos bairros populares precisa criar conselhos e comitês, para cobrar e garantir que ninguém mais passe fome nas periferias enquanto os governos entregam todo o dinheiro do povo para sustentar os banqueiros parasitas.

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