Na manhã desta terça-feira (12/01), as 400 famílias que ocupam a área denominada “Sítio Pitinga”, localizada no Córrego Pitinga no distrito de Arraial D´Ajuda, no município de Porto Seguro (BA) acordaram com a polícia militar ameaçando e jogando todos os moradores nas ruas em um processo de reintegração de posse.
As famílias viviam no local a cerca de um ano e meio, ocupando essa área que não possui nenhuma utilização após um outro processo de reintegração de posse realizado há um ano numa área que fazia parte do lixão do distrito de Arraial D`Ajuda. A área em questão fica muito próxima a condominios de luxo e das praias da cidade e possui grande interesse pelos especuladores de terra e grileiros da região.
A ação foi expedida mais uma vez pelo juiz da 1ª Vara dos Feitos às Relações de Consumo, Cíveis e Comerciais de Porto Seguro, Fernando Machado Paropat Souza. Fernando Paropat é conhecido na cidade por defender a especulação imobiliária e não ter nenhum critério para dar ordens de despejo. No ano passado, o Juiz Paropat concedeu duas reintegrações de posse onde colocaria milhares de pessoas nas ruas, o Projeto Mangabeira e no Parque Ecológico, sendo que no Projeto Mangabeira a área em questão é comprovadamente terra devoluta e foi roubada por grileiros de terra e especuladores imobiliários conhecidos na cidade.
Outro ponto que chama atenção é os despejos ocorrem sem nenhum critério e no momento de crescimento dos casos de coronavírus em todo o Brasil e com certeza essas famílias que não têm para onde ir sofrerão as consequências.
Como podemos ver, o juiz Fernando Paropat se confirma como mais um capacho dos poderosos de Porto Seguro e da especulação imobiliária da cidade, jogando milhares de pessoas nas ruas, sem casa e emprego, para se contaminarem de coronavírus nas ruas da cidade. Também mostra a campanha demagógica do “fique em casa” propagandeada pela direita para esconder sua total falta de políticas para combater o coronavírus e suas consequências econômicas.
O problema da moradia é muito grande em Porto Seguro e é preciso reorganizar os trabalhadores e reocupar novamente a área do Sítio Pitinga, onde a especulação imobiliária quer construir condomínios de luxo, e transformar a área em um local de moradias populares para a população trabalhadora.
É preciso denunciar a ação criminosa do juiz Fernando Paropat, da polícia militar e da direita no município que estão tirando as casas de centenas de famílias em meio a pandemia.