Nesta segunda (11), a rede social Parler foi desativada após ter sido retirada das lojas de aplicativos da Google, da Apple e da Amazon. Seu fundador, John Matze, denunciou as empresas, que formam o monopólio das gigantes da tecnologia, de estarem em “guerra contra a liberdade de expressão”. O “cancelamento” da rede social conhecida como “twitter da extrema direita” se soma ao aumento da censura – que envolveu a expulsão do próprio presidente dos EUA, Donald Trump, do facebook e do twitter – bem como à criação de leis ainda mais repressivas para combater o “terrorismo doméstico”, como declarou Biden. Está em curso uma nova caçada à liberdade de expressão, em outras palavras, um ataque gigantesco contra os direitos democráticos da população mundial.
Na sexta (8), o Google removeu a Parler da sua loja de aplicativos. No dia seguinte, sábado (9), Apple e Amazon também. A desculpa é que a Parler “não teria tomado medidas para evitar a disseminação de postagens de apoiadores de Trump”, ou seja, não teria censurado todas essas pessoas.
Mas não para por aí, as gigantes da tecnologia ainda colocaram a censura como requisito para que a rede social voltasse a poder ser baixada. O Google disse que a Parler precisa apresentar um mecanismo de “moderação”, ou seja, de censura, “robusto”. Já a Apple, deu 24h para que a rede social apresentasse um plano detalhado de censura contra trumpistas e que a suspensão se dará até que “eles resolvam esses problemas”.
Combate às “fake news” e ao “discurso de ódio”?
A Parler ganhou popularidade entre a extrema direita, sobretudo os seguidores de Trump, após o Facebook e o Twitter adotarem uma série de mudanças e novas regras sob o argumento de combate as “fake news” (notícias falsas), à desinformação e ao “discurso de ódio”.
Isto ocorreu em meio a um 2020 de pandemia e de disputa presidencial nos EUA, onde Trump tinha suas contas no twitter e facebook como principais canais de comunicação com seus eleitores e apoiadores.
Ou seja, apesar da demagogia sobre combater notícias falsas e “discurso de ódio”, a medida teve como objetivo impedir o avanço e a expansão da extrema direita agrupada em torno de Trump à revelia dos grandes monopólios de comunicação. O que fica claro no fato de que essas empresas, monopólios da tecnologia e da informação, são os maiores criadores e propagadores de notícias falsas e mentiras das mais diversas contra toda a população mundial.
O fato é que essas empresas, como a Google, que organizaram essa enorme censura, apoiaram Joe Biden para presidente, é uma prova disso. O objetivo deles em combater a extrema direita é acobertar a fraude eleitoral que organizaram para eleger o principal candidato do imperialismo mundial, que é Biden.
Por isso, o ataque ao Parler veio acompanhado do anúncio do Twitter que suspendeu definitivamente a conta de Donald Trump, uma forma de banir o presidente dos EUA da rede social para sempre. Uma gigantesca censura e que leva a seguinte reflexão: se Donaldo Trump, que é um capitalista, direitista, presidente da república dos EUA, o País mais poderoso do mundo, não pode se expressão numa rede social, quem pode?
A resposta é que a liberdade de expressão se confronta com a ditadura dos monopólios. A liberdade de falar o que quiser está condicionada ao imenso poder dos monopólios de tecnologia e da informação de deixarem que determinada coisa seja dita. A fala de Trump, neste sentido, tornou-se um inconveniente para a farsa do regime imperialista e da sua “democracia” parlamentar. Para defender seus interesses e sua reeleição, Trump passou a fazer críticas que acabam por desnudar a ditadura que é o regime político norte-americano, o que ficou escancarado na fraude eleitoral que elegeu Biden.
Neste sentido, a censura ao Parler e a Trump são uma resposta da burguesia imperialista após a radicalização vista nos protestos e na invasão do prédio do Capitólio, no Congresso dos Estados Unidos da América (EUA). A reação do imperialismo imediatamente foram dezenas de prisões, 4 execuções e uma campanha pelo aumento da repressão, classificando os manifestantes como terroristas.
A partir daí, aumentaram os pedidos de vários setores da burguesia para que a repressão contra Trump e seus apoiadores se desse nos mais variados terrenos. Isto ficou claro em discurso de Biden, que declarou ao Washington Post que trabalhará para a aprovação de uma 2ª lei patriótica, que tenha como foco o combate ao “terrorismo doméstico”. Ou seja, utilizará o pretexto do terrorismo para enquadrar qualquer manifestação ou protesto contra seu próprio governo. Uma ditadura completa.
Esta é a prova de que o imperialismo, diante da uma crise que não consegue ocultar, precisa reprimir violentamente a população, acabando com seus direitos em todos os terrenos. O ataque à liberdade de expressão nas redes sociais, desta forma, é um sinal de que a internet caminha para se tornar uma verdadeira ditadura policialesca dos monopólios contra toda a população mundial. O fato de isso ter ocorrido com Trump mostra a gravidade da crise, uma vez que se nem o presidente dos EUA pode se manifestar, o que ocorrerá quando o conflito se estabelecer entre a esquerda e os trabalhadores em geral contra o imperialismo? Por mais que se apresente num 1º momento contra Trump e a extrema direita, esse ataque gigantesco é para destruir a liberdade de expressão e organização da população mundial, pois se vê Trump como um inconveniente, o que o imperialismo teme de verdade são as massas e a possibilidade de se levantarem contra o regime imperialista mundial, ainda mais nos EUA.
A burguesia imperialista está fazendo a censura a Donald Trump, mas a radicalização é muito grande dentro dos EUA e os movimentos dos trabalhadores são ainda maiores que essas manifestações realizadas pela direita. Com certeza essa censura e perseguição se voltará contra a esquerda e esse é o primeiro passo para um maior controle ditatorial dos movimentos de esquerda.