À medida que chega hoje o prazo para a apresentação de candidaturas para adesão à Convenção Constitucional que redigirá a nova Constituição do Chile, os povos indígenas continuam em desvantagem neste processo histórico. Conforme informado pelo Serviço Eleitoral, neste momento, entre os povos indígenas oficialmente reconhecidos, os changos não encontraram um representante para apresentar sua candidatura, enquanto os Yaganes, Kawashkar e Collas não conseguiram o mínimo de apoio para seus possíveis candidatos ocuparem um dos assentos previstos.
Após um longo processo de debate em nível parlamentar caracterizado por obstáculos colocados pelos partidos de direita, finalmente ficou acertado que entre os 155 constituintes que serão eleitos em 11 de abril para integrar a convenção que redigirá a constituição, os indígenas terão 17 cadeiras.
Essa foi à solução definitiva, embora as forças de oposição e os movimentos indígenas exigissem 25 cadeiras em correspondência com o peso demográfico desses povos na população do país.
Dessas 17 cadeiras, sete correspondem ao povo mapuche, a maior delas, duas da Aimara e uma, respectivamente, das comunidades Rapa Nui, Quechua, Atacameño, Diaguita, Colla, Kawashkar, Chango e Yagán.
A participação indígena na elaboração da Constituição é considerada uma etapa histórica em um país onde os povos indígenas sempre foram excluídos das decisões políticas.
Da mesma forma, uma das propostas que ganha espaço aponta para a nova constituição, que se aprovada, eliminaria a atual, imposta em 1980 durante a ditadura de Augusto Pinochet, estabelecendo a plurinacionalidade do estado do Chile.