Na madrugada da última quinta-feira (17) a cidade de Presidente Getúlio, situada no Vale do Itajaí, Santa Catarina foi atingida por um forte temporal ao qual se seguiram deslizamentos nos morros da região. A chuva perdurou até a tarde da quinta-feira. A lama descida dos morros invadiu e arrastou casas da região. A tempestade também atingiu as cidades de Ibirama e Rio do Sul. Na terça-feira (22) o número de mortos era de 21 na região.
Na tarde de quinta-feira o prefeito de Presidente Getúlio, Nelson Virtuoso decretou estado de calamidade pública. Na prática, o decreto do estado de calamidade agiliza a contratação de serviços emergenciais em área afetadas e a reconstrução de estruturas que foram danificadas. Caso seja aprovado pelo governo federal, o documento acelera o envio de recursos e itens de ajuda humanitária à cidade, além de permitir o parcelamento de dívidas e a dispensa de licitações. Nesse caso, a população também poderá sacar o FGTS.
Os próprios moradores assumiram o encargo de limpar a lama e vegetação trazidas pelo temporal e foi montada na região uma campanha de solidariedade. A cidade de Blumenau, por exemplo, arrecadou 15 toneladas alimentos, produtos de higiene, colchões, roupas e eletrodomésticos até o domingo (20).
A prefeitura organiza os produtos para que sejam entregues ao Alto Vale. Ainda no sábado (19), pelo menos sete caminhões já saíram de Blumenau com donativos da campanha. Tragédias como esta são comuns na região o que indica que são evitáveis e indica que está faltando ação do poder público. Existe um sistema de alerta na região que na ocasião da tragédia estava inoperante.
A necessidade da formação de conselhos populares permanentes, para atuar diante de situações semelhantes e onde suas necessidades sejam postas e cobradas providências por parte do setor público, fica mais uma vez evidente porque é lógico que não se pode esperar iniciativas das instituições locais sempre ocupadas com seus interesses paroquiais e insensíveis às necessidades do povo trabalhador.