Nesta sexta (18) três terminais portuários localizados na Bahia e em Alagoas, além de um terminal no porto de Paranaguá, do governo do Paraná, foram leiloados no último evento de concessões do ano.
A previsão de R$ 400 milhões em investimentos animou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que aproveitou o momento para justificar a farra entreguista do patrimônio público com mais um hiperbolismo, característico do governo golpista, ao afirmar que nos próximos dois anos haverá “a maior entrada de capital da história”, como resultado de leilões de concessões.
A concessão é uma forma de privatização bastante maléfica para as instituições públicas e, consequentemente, mais benéfica para os empresários, pois na prática, o ônus de toda a infraestrutura fica sob responsabilidade do Estado, enquanto o lucro das operações vai para empresas privadas, que por sua vez pagam tarifas irrisórias às autarquias e empresas públicas.
Um fator chama a atenção nos leilões de concessão: a falta de concorrência em alguns lotes. Pelo menos dois dos três terminais foram adquiridos nessas condições, sendo um pela CS Brasil Transporte de Passageiros, o terminal de granéis sólidos minerais no porto de Aratu, por R$ 10 milhões, e o outro pela Tmac Agroindústria e Comércio de Fertilizantes, o terminal de granéis líquidos do Porto de Maceió, com outorga de R$ 50 mil.
A manobra para dar dinheiro aos capitalistas parece estar longe de ser saciada, pois nos planos do governo entreguista, mais de 18 leilões devem privatizar desde o saneamento básico a operações de presídios, empresas de energia, gás, linhas de transmissão, trechos rodoviários e ferroviários, entre outros patrimônios dos brasileiros que foram sucateados e agora são entregues a preços baixíssimos ao grande capital.
As privatizações e concessões já demonstraram ser uma fonte de dinheiro nos bolsos de grandes empresários e uma roubada para a população, principalmente a mais pobre. O maior exemplo dessa afirmação foi o apagão que ocorreu no Amapá em novembro deste ano. Apesar de a empresa responsável pela cobrança das taxas de energia ser privada, ela ignorou relatórios que apontavam o risco em uma subestação e ainda sugeria a necessidade de transformadores de reserva. O resultado foi o socorro vindo de uma estatal (EletroNorte) e quem vai pagar a conta são todos os brasileiros.
Para 2021, o governo já agendou, entre outros, leilões de concessão de aeroportos, novos terminais portuários e da FIOL (Ferrovia de Integração Oeste Leste). Além disso, afirmou Tarcísio, o governo finaliza os termos para conceder seis lotes de rodovias no Paraná. Ainda em seu delírio, o ministro afirmou que “o dia de hoje (sexta 18/12) é um dia especial para o setor de infraestrutura no Brasil, contratamos R$ 30 bilhões [de investimentos] só no ano de 2020, que foi um ano difícil.” O ministro disse anteriormente que não havia espaço para pessimismos e que se deve acreditar que o Brasil tem tudo para dar certo, está vocacionado para ser grande, criticando “pessoas que torcem contra o país”.
O discurso alucinado do governo golpista não é senão a cobertura para as reais práticas de entregar aos capitalistas o patrimônio dos brasileiros, práticas que se mostram cada vez mais hostis e perversas para a população, encarecendo os custos de vida sem melhorar os serviços e ainda penalizando o povo, quando algo dá errado. Precisamos nos mobilizar e dar um basta nessa farra. É preciso lutar contra as privatizações e reverter todas as já realizadas!