A Corrente Sindical Nacional Causa Operária, realizou ontem um reunião nacional, com companheiros de quatro regiões do País, e uma convidada do Reino Unido, para dar prosseguimento, à campanha de agitação contra as demissões e privatizações no país. A ideia é impulsionar a mobilização de amplos setores da classe trabalhadora, do ativismo de esquerda, dos movimentos sociais, dos sindicatos e organizações populares. A política de conciliação com a direita golpista, praticada pelas direções políticas da esquerda e dos sindicatos, leva a paralisia das lutas dos trabalhadores.
O Brasil bateu recorde de desemprego. Pela primeira vez na história, mais da metade da força de trabalho está desocupada. Com o fim do auxílio emergencial, previsto para o mês de janeiro, dezenas de milhões de brasileiros não terão qualquer fonte de renda, por menor que seja. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), preocupada com a possibilidade de uma explosão social no Brasil, assinalou a necessidade de uma rede universal de proteção social, que abarque os trabalhadores informais, isto é, a maioria da população.
O governo Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e seus ministros saúdam a informalidade como o modelo para as relações de trabalho. Em diversas ocasiões, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que a ideia é que as relações de trabalho formais se aproximem ao máximo das relações informais. O ideal para os trabalhadores seria a inexistência de direitos trabalhistas, conforme a concepção neoliberal.
No contexto da pandemia do COVID-19, o presidente ilegítimo Bolsonaro e os partidos golpistas no Congresso Nacional (MDB, PSDB, DEM, PSD, Progressistas, Republicanos, PSL) aprovaram um conjunto de medidas que facilitam as demissões, redução de salários e retirada de direitos. Milhões de trabalhadores perderam seus postos de trabalho no momento em que suas vidas e de suas famílias está em risco. Há de se destacar que não foi tomada nenhuma providência real para organizar o povo e enfrentar a pandemia, que está totalmente fora de controle e vitimou cerca de 185 mil pessoas, de acordo com os dados oficiais, reconhecidamente subestimados.
Em meio à trágica situação em que se encontra o país, fruto do golpe de Estado de 2016, os golpistas agem para avançar do patrimônio público para o capital estrangeiro. Recentemente, Guedes afirmou que as prioridades do governo Jair Bolsonaro são as privatizações da Eletrobrás, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Petrobrás. Nos últimos meses, empresas subsidiárias da Petrobrás e diversas plataformas de exploração de petróleo foram entregues. No Distrito Federal, Companhia Energética de Brasília (CEB) foi entregue para Neonergia, empresa controlada pelo capital imperialista espanhol.
É preciso uma campanha de agitação política em torno desses dois problemas fundamentais da situação política. A Corrente Sindical Nacional Causa Operária vai organizar a distribuição massiva de panfletos, colagem de cartazes e mobilizações por todo o país. Os sindicatos devem ser chamados a participar da luta contra as demissões e contra as privatizações. No caso, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), maior organização operária da América Latina, com mais de quatro mil sindicatos pela base, tem que desempenhar sua função de defender os trabalhadores e as condições de vida da classe operária.
A burocracia sindical, que não mobiliza em defesa dos trabalhadores e mantém os sindicatos em paralisia, está preocupada com as férias deste final de ano. É preciso desenvolver a campanha de agitação nas ruas e obrigar a burocracia a se mexer. Enquanto os burocratas sindicais tiram férias, os trabalhadores são atacados, lançados ao desemprego e à miséria, uma vez que não há perspectivas de crescimento econômico neste momento.
Principais deliberações da reunião geral da Corrente Sindical Causa Operária de ontem:
- Manter as atividades em todo o País, nas próximas semanas visando fixar mais de 10 mil cartazes e distribuir 20 mil panfletos, ainda em 2020;
- Procurar os sindicatos e setores da esquerda para desenvolver a campanha de forma conjunta;
- Aproveitar o final do ano para realizar as atividades e dar visibilidade à campanha.
- Produzir um novo cartaz e uma camiseta a serem lançados no começo de 2021.