Em artigo da FUP (Federação Única dos Petroleiros) da última terça-feira (15) é denunciado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro o descumprimento das legislações que dizem respeito às condições de trabalho, principalmente nesse período da pandemia.
A denúncia se deu em uma live, durante o lançamento do Relatório das atividades desempenhadas em 2019 e 2020 pela Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) na segunda, (14), onde o coordenador do Departamento de Saúde, Alexandre Vieira, representou o Sindipetro-NF e Luciano Santos, representou o Sindipetro Caxias.
Em sua participação, Alexandre ressaltou a importância da categoria petroleira para a sociedade e lembrou a quantidade aproximada de pessoas contaminadas, mais de três mil, na Petrobras, já que não há dados sobre a pandemia em petroleiros de outras empresas. Falou da atuação do movimento sindical no combate à Covid-19 e denunciou que as empresas do setor petróleo descumprem a legislação vigente, inclusive a que trata da necessidade de desembarcar todos os contaminados, mas isso não acontece, num total descaso com as vidas humanas.
Ao longo desse período, desde março, foram relatados inúmeros casos de contaminação, inclusive com mortes em praticamente todas as unidades da estatal e decorrentes da total negligência das direções, vem ocorrendo inúmeros casos como, por exemplo, no Espirito Santo, onde o Sindicato dos Petroleiros, filiado a FUP, denunciou haver 132 trabalhadores em plataformas que testaram positivo, de um total de mais 1079 com suspeita de estarem contaminados pelo coronavírus.
No dia seguinte às denuncias de 132 trabalhadores contaminados, no mesmo Estado do Espirito Santo, outra denúncia, e essa ainda mais dramática, pois em um único local, 79,22% de petroleiros testados, ou seja, de um total de 77 trabalhadores, 61 testaram positivo. Estas foram às informações da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
No Rio de Janeiro, na Bacia de Campos, em artigo desse diário, no início de agosto, num primeiro momento, a contaminação pelo coronavírus se deu em pelo menos 13 trabalhadores, dentre efetivos e terceirizado que desembarcaram no continente após testarem positivo para o novo coronavírus, na plataforma 50 (P-50), no campo de Albacora Leste.
Poucos dias depois, na mesma semana, esse número aumentou em 200%, ou seja, 42 trabalhadores foram contaminados, no período que abrange 30 de julho a 05 de agosto.
A situação é idêntica em praticamente todas as unidades da Petrobras, e vem ocorrendo sucessivamente, fruto de descaso da direção golpista da empresa, bem como, de total abandono às mínimas condições de trabalho.
Com relação ao levantamento realizado é como o próprio Alexandre Vieira enfatizou, podem estar bastante subestimados, devido ao desconhecimento do número de terceirizados contaminados, o que denota pela parte da direção da Petrobras, que tem como objetivo entregar a Estatal aos capitalistas, uma atitude genocida, sem qualquer respeito a esses trabalhadores.