Os 16 reitores impossibilitados de assumirem os seus cargos por conta do presidente ilegítimo e fraudulento, Bolsonaro, formaram um comitê e enviaram uma carta para o MEC para saber os reais motivos de não terem sido eleitos democraticamente pelas suas respectivas comunidades acadêmicas (universidades e instituições federais).
A carta foi enviada no dia 3 de dezembro, quinta-feira, para o ministro golpista da educação, Milton Ribeiro. Nela solicita uma audiência para ter algum diálogo com esse governo fascista sobre essa questão. Como podemos observar, os reitores estão seguindo uma sugestão muito eficiente do livro da Márcia Tiburi “Como conversar com os fascistas”.
Além dos 16 reitores que sofreram operações eleitorais fraudulentas, que deveriam terem sido eleitos pela comunidade acadêmica, mas fraudados por Bolsonaro, existem 13 “reitores” que foram nomeados sem sequer terem participados das eleições acadêmicas.
Essas intervenções pelo governo golpista demonstram claramente o nível da ditadura que vai se estabelecendo no país. Se formos analisar outros ataques da educação do regime golpista, como a reforma do ensino médio do “constitucionalista” Temer, em que demonstra um ataque muito direto contra a qualidade do ensino que já era precarizado, os duros cortes na educação em geral e da militarização nas escolas do governo Mussolini brasileiro, fica nítido que não houveram reações à altura das instituições democráticas para impedir tais desmontes à educação.
Essa confiança ilusória nas instituições, demonstradas por esses reitores eleitos democraticamente, é estimulada pelos partidos da esquerda pequeno-burguesa. Um pouco antes e durante a eleição deste ano, o Partido da Causa Operária já sinalizava que seria a mais fraudulenta de todas, tendo em vista o período político que estamos passando, que é o golpe de estado de 2016. É preciso compreender, portanto, que a luta política que se trava hoje não tem mais pacto institucional. Os vícios pequeno-burgueses de apostar nas eleições, no poder legislativo, judiciário e afins em prol de luta de direitos democráticos, como esses 16 reitores buscam, são lutas de cartas marcadas a favor de Bolsonaro e do regime golpista.
Portanto, para conquistar a autonomia universitária, é preciso formar, ou as que já foram formadas, fortalecer comitês de luta em todas as universidades e institutos federais em que compõem todos os seus agentes, principalmente englobada pelos estudantes, pois são os setores mais interessados para atingir esse objetivo. Além disso, terá que travar uma luta que já vem sendo feita em algumas universidades, pelos estudantes, que são ocupações em reitorias e manifestações nas universidades.
Não existe outro caminho senão mobilizar cada vez mais os estudantes em prol da autonomia universitária, logo a palavra-de-ordem fundamental tem que ser “Fora Bolsonaro e todos os golpistas!”.