A burguesia tenta esconder o desemprego gigantesco no Brasil por meio de uma tipificação enorme para diferenciar todos os trabalhadores que não têm emprego e que, dessa forma, não conseguem se sustentar. Ainda assim, o número oficial de desempregados sobe sem parar mês a mês.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), o percentual de desempregados no Brasil subiu de 14,0% em setembro para 14,1% em outubro, representando um novo recorde histórico no índice. De maio a outubro deste ano, o número de desempregados aumentou em 3,6 milhões de pessoas, sendo atualmente 13,763 milhões de pessoas (em setembro o número era de 13,486 milhões)
A pesquisa tenta mostrar outros índices, como o número de inativos. Este número gira em torno de 72,704 milhões de pessoas, sendo que, dentre eles, 24,8 milhões de pessoas gostariam de trabalhar mas não procuraram emprego por um motivo ou por outro.
O número de “inativos” deve ser considerado o número de desempregados reais, já que, não importa o motivo pelo qual a pessoa não esteja trabalhando, caso ela não trabalhe, ela é desempregada.
A burguesia alimenta essa divisão, fazendo parecer que o número de 13.763 milhõesconsiderados desempregados são pessoas que saíram para procurar emprego e, por conta da crise econômica, não tiveram sucesso, enquanto os demais inativos, seriam pessoas que estariam desempregadas por falta de vontade de trabalhar, o que não poderia ser levado em consideração para se medir a crise econômica, já que a vontade dessas pessoas estaria por cima das condições econômicas atuais.
Nada poderia ser mais mentiroso do que esse tipo de afirmação. Basta se perguntar se, caso essas pessoas tivessem a vontade de sair para procurar emprego, elas seriam empregadas ou o número de 13,763 milhões seria aumentado? Se não há emprego para 13,763 milhões de pessoas, como que haveria para as demais que simplesmente não o buscam?
Ao analisarmos o número de inativos, que ainda por cima não abrange as pessoas que se encontram em trabalhos extremamente precários e que mal são remunerados, podemos perceber claramente que, objetivamente, mais da metade da população economicamente ativa – em idade de trabalhar – está desempregada.
A burguesia não só não quer, como não tem a capacidade de resolver a questão do desemprego. É preciso que os trabalhadores lutem imediatamente para reverter esse quadro e garantir o emprego para toda a população brasileira. A única maneira de fazer isso é através da luta. Por isso é preciso lutar por uma carga horária de 35 horas semanais, além de exigir o sistema de escalas móveis, sem o rebaixamento dos salários, para que o desemprego seja combatido.
Da mesma forma, é preciso que os trabalhadores tenham claro que nem a pandemia nem a crise serão resolvidas durante o governo Bolsonaro. É preciso a mobilização imediata pelo fora Bolsonaro, governo capacho do imperialismo, para que as necessidades dos trabalhadores possam ser atingidas. Da mesma forma, é preciso lutar pela candidatura de Lula presidente em 2022, única pessoa capaz de colocar um fim ao golpe de estado de 2016.