Neste domingo estão sendo realizadas as eleições parlamentares nacionais na Venezuela, que elegerá 277 novos deputados para a Assembleia Nacional, dentre 14,4 mil candidatos distribuídos entre mais de 130 partidos que serão escolhidos pelos 20.710.421 eleitores.
As reformas constitucionais promovidas pela Assembleia Nacional Constituinte, criada a partir de um acordo com do chavismo coma direita golpista, elevou o número de parlamentares em 67% e alterou o sistema de votação. 48% dos candidatos poderão ser votados nominalmente, assim como acontece no Brasil, já 52% serão escolhidos com base em uma lista pré-estabelecida pelos partidos em âmbito nacional ou regional.
O voto na Venezuela é facultativo, a contagem é automatizado desde 2004 e sendo um dos primeiros países do continente a ter o voto eletrônico e biometria e emite um comprovante da votação para o eleitor. Para estas eleições já foram cadastrados mais de 300 grupos observadores internacionais, tendo sido realizadas duas simulações para que os eleitores se ambientassem às novas regras, conjunto de medidas que faz com que institutos especializados como o Instituto Jimmy Carter tenham reconhecido como um dos sistemas eleitorais mais transparentes e seguros do mundo.
Amplo apoio ao Chavismo
A campanha eleitoral iniciada em 03 de novembro traz pesquisas que confirmam o amplo apoio popular dos candidatos chavistas agregados na coligação “Gran Polo Patriótico, Alianza Venezuela Unida y la Alternativa Popular Revolucionaria” encabeçado pelo Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV) de Maduro e Chávez.
A julgar pelas campanhas contra os ataques imperialistas, que nos últimos anos tem levado às ruas das principais cidades verdadeiras massas populares que dão apoio ao chavismo, ao governo de Nicolás Maduro e rechaçam a direita golpista e terrorista, a previsão é de que os candidatos do bloco dominem cerca de 70% dos assentos.
As derrotas recentes sofridas pela direita e suas manobras para sabotar o país, mostram a rejeição popular. Só de 2019 para cá houve a derrota das guarimbas – protestos violentos feitos por setores da burguesia que atacam figuras do governo, prédios públicos e populares defensores do chavismo – a operação farsesca de ajuda humanitária na fronteira com o Brasil e com a Colômbia, ataques armados por mercenários pagos vindos da Colômbia, a operação terrorista de invasão armada que buscava assassinar autoridades do governo, todas ligadas a direita golpista e seus principais líderes Juan Guaidó e Leopoldo Lopez, com amplo apoio do imperialismo norte-americano, rejeitados e desmontados com o apoio das populações locais.
Juan Guaidó, inclusive, tem os seus dias contados como presidente auto-proclamado ou, proclamado pelo imperialismo norte-americano, pois seu mandato como deputado e presidente da Assembleia Nacional se encerram em 05 de janeiro de 2021, com a posse dos novos deputados, visto que decidiu não participar das eleições, a qual chamou de “fraude”.
A participação da direita é outro aspecto fundamental que indica o fortalecimento do chavismo pois, fracassadas as inúmeras tentativas de golpe de Estado, mesmo com amplo apoio das potências imperialistas, houve um racha entre setores da direita golpista, o que já havia ocorrido em menor escala nas eleições presidenciais há dois anos, em que parte decidiu participar normalmente das eleições, das quais aliás teve diversas exigências atendidas, e outros setores que decidiram realizar uma espécie de boicote, afirmando serem eleições “totalmente controladas pelos chavistas”.
A verdade é que após anos de ataques à população, defendendo uma política que anteriormente ao regime chavista passou décadas na mão de famílias oligarcas, parceiras das potências imperialistas na exploração dos trabalhadores venezuelanos, e atualmente tocando uma política, verdadeiramente terrorista contra o próprio povo, apoiando os ataques externos, pedindo inclusive invasão militar, representa um setor político que se desgastou completamente com a população, em que suas demagogias baratas não têm nenhuma apelo popular, exceto nas camadas mais altas da burguesia, parceira das petroleiras internacionais, por exemplo.
Mesmo diante das dificuldades econômicas impostas, em grande medida, por conta do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos e seguido pelos demais países imperialistas, a população venezuelana deixa claro que prefere superar dificuldades pontuais, do que aceitar o retorno da direita oligarca e monopolista.