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Assassino consagrado

O “Ensino à Doença” de Doria

O atual Secretário da Educação de São Paulo, Rosselli Soares, divulga seu plano para enviar a juventude paulista ao matadouro, advocando pela reabertura generalizada das escolas.

Tamanha é a crise, a miséria, e as milhares de mortes, tamanha é a pressão genocida para a volta às aulas. A Secretaria de Educação de São Paulo, depois de avançar com o retorno presencial em diversas instituições de ensino do estado, defende que mesmo com o aumento da gravidade da pandemia, as salas de aula que já abriram não devem ser fechadas, e pior, mais deverão ser abertas. A ideia foi dada pelo próprio Secretário de Educação de SP, Rosseli Soares, em pronunciamento nesta quarta-feira, dia 2.

Para Rossieli, mesmo que o Estado retroceda para as fases laranjas ou vermelhas,  é ainda imprescindível que as escolas estaduais continuem abertas. O grande problema não seriam as mortes e as contaminações em números gigantescos, e sim, a falta de “prioridade” que é direcionada à educação. Pois bem, tal prioridade fugaz nada mais é do que a prioridade em adoçar as intensas pressões dos bancos mundiais para se safar da crise que eles mesmos provocaram. Nesta semana, todas as regiões de São Paulo voltaram para a fase amarela, entretanto, como bem defendeu o secretário, as escolas que já haviam iniciado o retorno continuaram em funcionamento, apenas sobre a base de que o EAD fracassou – o que não é mentira – e de que os estudantes precisam parar de festejar para se dedicar a pomposa educação brasileira. 

Obviamente, essa demagogia desleixada esconde a verdadeira motivação e pressa para a volta às aulas. Se coloca como defensor número um da educação, da formação adequada de toda a juventude paulista. Todavia, é secretário do governo de Dória e, por conseguinte, representante da burguesia e de seus interesses. Nesse sentido, por mais que diga que “Se Educação é prioridade, é preciso cuidar em todos os outros ambientes para que não seja necessário fechar a escola.” e que “Escolas têm ambientes mais seguros do que qualquer outro (espaço). Nosso problema é que a sociedade precisa olhar isso como uma prioridade”, tem, em primeiro plano, o olhar direcionado ao dinheiro.

É algo que nosso Diário e, em geral, o PCO, denuncia desde o começo da pandemia: a pandemia do coronavírus engendrou uma crise econômica sem precedentes nas últimas décadas do capitalismo. Ao mesmo tempo, a paralisação das aulas presenciais representa uma perda financeira enorme não só para o PIB do País, mas para toda a economia internacional, como já foi explicado pela própria Organização Mundial do Comércio. Para salvar os lucros das empresas e dos bancos mundiais da atual crise de demanda, é preciso do trânsito de toda comunidade escolar para fechar a reabertura econômica. Logo, fica claro que, numa tentativa de diminuir suas perdas, a burguesia procura impor a volta às aulas presenciais goela abaixo da juventude, mesmo que isso signifique a morte de centenas de milhares de pessoas.

E que fique claro: já foi provado em diversas ocasiões que as volta às aulas presenciais, principalmente no atual estágio da pandemia, no qual existe um aumento exponencial no número de casos de infectados pela doença; representa, inevitavelmente, o genocídio da juventude e de todos os setores ligados a ela. Vale ressaltar aqui, que muitas escolas não possuem ao menos papel higiênico. Entretanto, estes governos, aliados à imprensa burguesa, falam da situação como se fosse algo normal, consequência natural da evolução do quadro pandêmico do País.

Por mais que Rosseli coloque que a culpa é do povo, afirmando que é preciso que as pessoas evitem aglomerações e festas justamente para permitir que as escolas permaneçam abertas, não podemos cair nessa falácia, algo que a esquerda pequeno-burguesa tem feito com frequência. É preciso mobilizar a juventude não só em São Paulo, mas em âmbito nacional, contra todos os avanços que o governo golpista de Bolsonaro e seus aliados têm feito contra a população. Finalmente, somente a organização estudantil é capaz de convocar greves generalizadas em todos os setores da educação, visando, por óbvio, impedir a volta às aulas presenciais, impedir o EAD, e, finalmente, derrubar Bolsonaro.

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