O ator golpista Mário Frias, que está à frente da Secretaria Especial da Cultura, órgão criado pelo governo Bolsonaro para fingir que o antigo Ministério da Cultura não foi destruído, será o novo presidente do Conselho Superior de Cinema. Antes disso era presidido por Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, o evangélico ladrão do caixa 2, perdoado por Moro em 2019. Este órgão teria a função de planejar e implementar uma política pública nacional para o cinema no País e está parado desde 2019.
Nesse ano de 2020 o Conselho ainda não se reuniu para tomar providências sobre o planejamento, o que não seria uma surpresa, já que em 2019 a primeira reunião ocorreu apenas em outubro. A demora teria ocorrido porque o presidente fraudulento, Jair Bolsonaro, estaria insatisfeito com a política de fomento ao cinema quando ele ainda fazia parte do Ministério da Cidadania.
Pois bem, em dois anos, o órgão nunca foi utilizado seriamente. A mudança do Min. da Cidadania para a Casa Civil deu a ideia de que o governo iria implementar fortemente sua política da extrema-direita no setor audiovisual, porém, não foi o que ocorreu. O planejamento do cinema ficou largado.
Apenas em dezembro do ano passado foi decidido pelo Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (CGFSA) o Plano Anual de Investimento de 2019. O plano aprovado destinaria 47,9% dos recursos (R$ 336.925.000,00) do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema Brasileiro (Prodecine); 42,4% (R$ 298.075.000,00) ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav), e 9,8% (R$ 68,7 milhões) ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura do Cinema e do Audiovisual (Proinfra).
Roberto Alvim, que na época ocupava o cargo de Mário Frias, declarou que tudo isso teria sido feito com a orientação do Conselho Superior de Cinema. Os recursos aprovados em dezembro ficariam para serem aplicados em 2020,. No entanto, mesmo atingindo dezembro, novamente nada foi feito até agora. Ao entrar no site da Agência Nacional de Cinema (ANCINE), encontra-se na página do planejamento um recado: “Desculpe, mas essa página não existe”.
Bolsonaro já mostrou que não quer nada com a arte cinematográfica nacional. O que parece conveniente para o governo é a reativação do Conselho para controlar as verbas destinadas para o cinema nacional, verbas que já no ano de 2019 foram reduzidas em relação a anos anteriores. A desativação do CSC prejudicou também a situação que viveram os artistas envolvidos no meio cinematográfico durante a pandemia, completamente largados.