Na última quarta-feira (25/11), o jornal A Tarde, da Bahia, publicou uma charge onde comparava os funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF) a preguiças. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) publicou nota de repúdio a publicação do veículo de imprensa, denunciando a completa alienação da charge com a realidade enfrentada pelos funcionários da CEF e a população brasileira.
Citando trecho da nota:
“A charge não representa os bancários da Caixa e sim o preconceito do grupo do jornal A Tarde não só em relação aos empregados do serviço público, mas também em relação à população mais vulnerável que, sem outra alternativa, precisa buscar o auxílio emergencial, dado à gravidade do momento de crise causada pela pandemia da Covid-19, se expondo, inclusive ao risco de contaminação. É lamentável nos depararmos com uma visão tão pequena da realidade do nosso país”
A pblicação do jornal baiano não condiz com os números e dificuldades diárias enfrentadas pelos funcionários do banco público. Em época de crise global na saúde, causada pela pandemia de COVID-19, os funcionários da CEF se expõe diariamente ao risco e sofrem as consequências do completo descaso com a população do governo genocida de Jair Messias Bolsonaro. Segundo a Dataprev, aproximadamente 58% dos cidadãos do país – 124,2 milhões de pessoas – estão sendo beneficiados direta ou indiretamente pelo auxílio emergencial, um aumento de volume de procura por serviços que não foi acompanhado por nenhuma ação da administração da CEF ou do Governo Federal para proteger os funcionários e a população.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e secretária de Cultura da Contraf-CUT, Fabiana Uehara Proscholdt, ressalta que os trabalhadores da CEF, que estão na linha de frente do atendimento à população, trabalhando horas extras, finais de semana, neste momento tão delicado e sem nenhum apoio extra, devem ser respeitados. Nas palavras dela:
“Esperamos que o jornal A Tarde se retrate. Graças aos empregados da Caixa, trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos, desempregados e a população de baixa renda estão recebendo regularmente o Auxílio Emergencial. Sabemos que o grande causador destas imensas filas não é o funcionário do banco público, mas sim o Governo Federal, que concentrou os pagamentos na Caixa, eximindo as demais instituições financeiras de exercerem um necessário papel social e imprescindível neste momento de grave crise”.
Enquanto a imprensa burguesa faz o seu papel de espalhar mentiras e ser instrumento de ataque do capital contra as instituições públicas, a verdade que a situação diária enfrentada por funcionários seria menos crítica se o banco público não tivesse enfrentando redução do número de agências e fechamento de postos de trabalho. O jornal em momento algum questiona o descaso criminoso do governos federal e do ministro Paulo Guedes com a população e funcionários da CEF. Foram inúmeros problemas com a concessão do auxílio emergencial, do cadastro ao pagamento e todos os problemas foram jogados nos ombros do funcionalismo do banco, sem auxílio tecnológico para criar um esquema de agendamento de atendimentos, sem iniciativas do governo para usar outros bancos para reduzir o peso do aumento de demanda e proteger trabalhadores e população.
Esse ataque sofrido pelos companheiros e companheiras que trabalham na CEF é mais uma ataque que a classe trabalhadora brasileira sofre por parte da imprensa golpista. Não se deve aceitar a culpa do genocídio causado por Jair Messias Bolsonaro, membros do seu governo e golpistas que apoiaram sua ascensão. É preciso tomar as ruas pela defesa dos bancários e de toda classe trabalhadora.