É impossível não notar o apoio que a imprensa burguesa está dando para Guilherme Boulos, não só apoio, mas de fato tentando alavancar o esquerdista como líder da esquerda. O apoio a Guilherme Boulos não se limita apenas ao da imprensa golpista, vários elementos declarados inimigos da classe operária lançaram apoio ao candidato do PSOL. Abaixo trago declarações de alguns deles:
Isso mesmo, Sérgio Moro, o principal juiz de todo processo fraudulento contra Lula e que posteriormente participou do governo de Bolsonaro, não à toa destacou a relevância do PSOL.
O abutre mor, Ciro Gomes, aquele do “Lula está preso, babaca”, o fujão do 2º turno entre Bolsonaro e Haddad (PT), não vacilou para declarar apoio à candidatura de Guilherme Boulos.
Até Felipe Neto, o blogueiro que na época do golpe contra Dilma não economizou xingamentos contra a ex-presidente e contra o PT. Agora, na maior tranquilidade, está participando da campanha do PSOL.
A Veja, aquela revista nojenta que nunca mediu ofensas e ataques contra Lula e o PT, destinou elogios simpáticos para Boulos. Será que se ele fosse de fato o novo Lula estaria recebendo tantos bons adjetivos de uma das revistas mais antilulistas e antipetistas?
Boulos já é um dos fenômenos dessa eleição pela capacidade de comunicação. Sua fala é fácil e carismática. Ele vence assim o grande preconceito que é jogado contra ele por ter vindo de um movimento que usa a técnica da ocupação de imóveis públicos vazios para a residência.
Para fechar com chave de ouro e inclusive para o entendimento do que significa esse amplo apoio da burguesia a Boulos, trago um trecho do editorial do Estadão desse último domingo. Importante destacar o caráter deste jornal, o Estadão é o jornal reacionário mais coerente com a política da direita, ele reflete de uma maneira muito clara e acabada qual é a posição da burguesia, por isso não é um simples editoral.
Apesar de Boulos estar propagando que o editorial seria um apoio para a candidatura de Covas, é evidente que o Estadão também teceu elogios a Guilherme Boulos, além de estar orientando o papel de Boulos na política como uma esquerda tolerável e por que a burguesia deve investir nele contra o PT e Lula. O trecho a seguir não deixa dúvidas:
É preciso igualmente reconhecer que o desafiante de Bruno Covas, Guilherme Boulos, do PSOL
(Partido Socialismo e Liberdade), mostrou-se amadurecido. Deixou de lado o figurino de agitador
que marcou sua carreira como líder dos sem-teto de São Paulo para agregar apoio a seu projeto político, o que foi suficiente para se viabilizar como um candidato de esquerda competitivo numa cidade que desde as eleições de 2016 repudia fortemente o PT e tudo o que o lulopetismo representa.
Guilherme Boulos certamente será, assim, um nome forte da esquerda em disputas futuras, despontando como líder de uma reorganização dos partidos que até há pouco orbitavam o PT e Lula da Silva. No final das contas, esse deve ser seu papel na eleição do domingo que vem.
Boulos não é Lula
Apesar do ex-presidente ter tido uma boa relação com a burguesia, ele nunca foi tratado pela imprensa dessa maneira, muito menos a sua liderança se deu por propaganda da imprensa reacionária e direitista. Sua liderança se formou a partir da sua atuação junto ao movimento operário e tornando-se representante dessa classe, devido a isso a sua popularidade é tão vasta e de fato uma liderança real.
No 2º turno em São Paulo votaremos nulo
Não só porque Guilherme Boulos seria um conciliador de classe, mas porque ele é um candidato pequeno-burguês, neste sentido, um candidato da burguesia. E nós, militantes do Partido da Causa Operária, temos como dever para com a classe operária, como dever de classe, não apoiar um representante da burguesia.