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A vitória do golpe

A eleição que os golpistas queriam em 2016

Nas eleições mais fraudulentas e antidemocráticas dos últimos tempos, a vitória dos setores responsáveis pelo golpe de 2016 foi consagrada.

O resultado das eleições não poderia ser mais agradável para determinados setores da direita. Podemos concluir, seguramente, que o objetivo dos golpistas foi alcançado. Nas eleições mais fraudulentas e antidemocráticas dos últimos tempos, a vitória dos setores responsáveis pelo golpe de 2016 foi consagrada enquanto o bolsonarismo teve seu poder de fogo reduzido – ao menos no âmbito institucional.

Afinal, o golpe fora dado – mas os principais responsáveis haviam caído para a segunda divisão. Agora, contudo, a engrenagem passa a ter um melhor ajuste ao eixo de rotação. Partidos que em 2016 perderam espaço para o bolsonarismo, atingiram fabuloso crescimento este ano. Esse, pois, foi o resultado do processo viciado e elaborado para realocar os setores tradicionais da burguesia no controle do Estado. Ora, como poderiam os partidos profundamente rejeitados pela população obterem expressivo aumento de votos?

Podemos citar o caso do PSD e sua alta de 77% em relação às últimas eleições municipais; o DEM, antigo PFL e dissidência do PDS, obteve um crescimento de 61%; o famoso PP, partido de Paulo Maluf, que agora atende por Progressistas, registrou um aumento de 75%, alcançando o melhor resultado desde 2004. As três siglas originárias da antiga Arena, partido do regime militar, tomaram o lugar antes ocupado pelos bolsonarismo após as eleições de 2018. Com isso, podemos dizer que o bolsonarismo perdeu muito, ao passo que o “centrão” venceu.

O reacionário DEM, por sua vez, foi o que melhor fez uso da manipulação e do controle do processo eleitoral, emplacando 458 prefeitos, isto é, 190 a mais que nas últimas eleições municipais, rendendo-lhe um crescimento de 70,9% entre 2016 a 2020. Nos caso do PP e PSD, sob a insígnia do “centrão”, estes não vacilaram em tirar proveito do jogo de cartas marcadas. Com 672 prefeituras, o PP aumentou seu domínio em 35,8% em relação ao resultado de 2016. No caso do PSD, com 101 prefeituras a mais em comparação às eleições de 2016, o partido emplacou 640 prefeitos. Demais, de acordo com os resultados obtidos, o MDB e o PSDB lideraram as preferências dos eleitores, embora em comparação com os resultados eleitorais de 2016 os dois tenham tido uma queda de 28% e 40%, respectivamente.

Em contrapartida, o PT, maior partido de esquerda do Brasil – principal prejudicado pelo golpe de 2016, aumentou de 992 para 1.261 o número de candidatos a prefeito se compararmos 2016 e 2020. Embora esses dados corroborem um aumento de 27%, o partido recebeu apenas 7 milhões de votos. Dos 6,8 milhões de votos recebidos há 4 anos, houve um incremento de 200 mil votos. O que corresponde a um aumento de apenas 3%. Com seus 8,7% dos votos na cidade de São Paulo, o PT teve seu pior desempenho da história na capital paulista. Até o momento, o PT elegeu 189 prefeitos, 65 a menos que em 2016. Embora o PT tenha a chance de terminar as eleições com saldo melhor que o de 2016, com um segundo turno praticamente em cima do primeiro, eleições controladas e uma série de falcatruas, fica difícil creditar um prognóstico vitorioso para a legenda. Ao todo, são 15 candidatos classificados para o 2º turno nas maiores cidades. O PSOL manteve-se estável. De 2,1 milhões de votos para prefeito em 2016, o partido aumentou para 2,2 milhões. Destaque, no entanto, para Guilherme Boulos, um dos grandes defensores da Frente Ampla e candidato a prefeito em São Paulo. Boulos obteve quase metade do total de votos do partido. Quanto ao PCdoB, PDT e PSB, os resultados não foram satisfatórios. Individualmente os três partidos obtiveram menos votos para prefeito do que em 2016.

Em 2016, os resultados mostraram que a extrema-direita foi melhor nas eleições, ao passo que a direita que obteve vitória – só a obteve graças ao apoio na extrema-direita. Além disso, os resultados para a esquerda não foram nada bons quando se trata em número de eleitos, isso mesmo se considerarmos o crescimento do PSOL, que compreende uma reorganização dos votos da esquerda parlamentar. Analisando a esquerda em geral, houve grande diminuição no número de eleitos. Destarte, bordada com os instrumentos de controle mais eficientes, essas eleições caíram como uma luva nas mãos da direita. Neste caso, a forma foi tirada na régua, e a extrema-direita não pode desfrutar de tão caprichado serviço. A eleição, para todos os efeitos – foi feita sob medida.

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