A Universidade de Férias do PCO será realizada nos meses de janeiro e fevereiro de 2021. A programação deste evento será diferente das anteriores. Já que não é aconselhável a reunião presencial dos militantes e participantes do curso que, nos cursos anteriores, se reuniam num período de duas semanas no mês de janeiro, desta vez o curso ocorrerá duas vezes por semana durante oito semanas. Totalizando, portanto, 16 dias de curso.
O valor cobrado é simbólico: R$ 100,00. As inscrições ainda não começaram e a orientação é para que os interessados fiquem atentos aos meios de comunicação do Partido da Causa Operária.
No programa Marxismo desta segunda (16), Rui Costa Pimenta introduz o assunto que entrou em voga recentemente, com stalinistas tentando ressuscitar um movimento político que não passa de um culto irracional à figura do medíocre líder da burocracia soviética antirrevolucionária, Josef Stalin.
“Por quê um curso sobre o stalinismo? Além do mérito geral que tem o curso, a abrangência do tema em termos de política internacional e teoria marxista, nós temos um motivo político imediato que é a existência de uma certa onda, uma campanha em favor do stalinismo, mais precisamente em favor da figura do próprio Stalin”, inicia o companheiro Rui.
O stalinismo sempre foi representado por Stalin, visto que ele foi uma figura endeusada pela burocracia, que instituiu um regime de tipo bonapartista, ou seja, uma ditadura pessoal apoiada nas Forças Armadas e no Serviço Secreto. O regime era, de certa forma, acobertado com a aparência de que representava toda a sociedade soviética. Muitos são os das décadas de 30, 40 e 50 que agora são apresentados para a sociedade, especialmente para a juventude, como sendo uma corrente revolucionária dentro do movimento operário.
O curso irá abordar de maneira completa o motivo do stalinismo não ser nenhuma corrente revolucionários, muito menos marxista. Também vai revelar que a tentativa recente de tentar reviver o stalinismo e a figura de Stalin é uma manobra evidente para confundir ainda mais a juventude numa época tão revolucionária como a nossa. Revolucionária não no sentido de que as massas estão se mobilizando de forma revolucionária, mas do ponto de vista da crise capitalista.
Com o imperialismo debilitado e a incapacidade da burguesia de retomar a economia, os mitos do stalinismo estão reaparecendo para confundir a política revolucionária correta para responder a toda essa crise. Nos dias atuais as mobilizações nunca encontram uma liderança à altura dos acontecimentos. “Ou essas mobilizações acabam em nada, ou são confiscadas por partidos da esquerda pequeno-burguesa, às vezes da esquerda abertamente pró-imperialista, que canalizam essas mobilizações para uma derrota. Então, o imperialismo entende que essa é uma característica fundamental da situação, eles sabem que se as massa tivessem uma organização e uma coordenação política verdadeira, que representasse efetivamente seus interesses, que só pode ser representados de forma revolucionária, nós teríamos uma possibilidade de revoluções vitoriosas em vários países”, prossegue Rui.
O imperialismo se esforça em desorganizar os setores mais avançados da classe operária ou aqueles setores da pequeno-burguesia que se deslocam para a classe operária com todo tipo de desvios políticos que ele mesmo vai criando ou estimulando num determinado sentido.
Um exemplo dessa política estimulada pelo imperialismo pode ser vista nas posições identitárias adotadas pela esquerda, que são uma barreira para a consciência revolucionária. Outro exemplo é o anarquismo generalizado, ou seja, uma desorganização da classe operária. Também a nova onda stalinista apareceu como mais um desses métodos.
Os defensores atuais do stalinismo usam o exemplo da Segunda Guerra Mundial e afirmam que a luta contra o nazismo é uma grande prova da luta revolucionária daquele regime, o que é totalmente falso.
O curso irá mostrar a quantidade de golpes de estado apoiados pelo stalinismo no mundo todo. A aliança feita com a burguesia e as inúmeras ações antirrevolucionárias também serão detalhados durante o curso.
A tese da “Revolução por Etapas” adotada pelo stalinista, que justificou o apoio à burguesia contra a classe operária, será esmiuçada e irá revelar o caráter antirrevolucionário desse fenômeno social tão retrógrado. Assim como a tese da “Revolução em um só País”, uma tese absolutamente anti-marxista.
Outro fato a ser mostrado no curso será a aliança do stalinismo com o próprio nazismo, a capitulação e quase derrota durante a invasão alemã. Tudo o que realmente aconteceu na Segunda Guerra Mundial será discutido e o mito de que Stalin venceu Hitler será desmascarado. No pós guerra, a relação entre a União Soviética e o imperialismo decidindo o futuro de diversos países mundo afora será vista em detalhes.
A reviravolta ocorrida com o Plano Marshall, o início da Guerra Fria, a estatização do capital no leste europeu, a Revolução Chinesa vitoriosa, a atuação decisiva do stalinismo para impedir as revoluções na Itália e França, por exemplo. Ou seja, a atuação pró-imperialista da União Soviética sob o governo ditatorial do stalinismo.
Será aborda a concepção marxista diante de todos esses acontecimentos. A época pós-Stalin também será abordada. Toda a crise do leste europeu até a queda do muro de Berlim e o colapso da União Soviética com suas causas políticas e econômicas, entre outros assuntos.
O curso não será focado somente na crítica a uma determinada corrente política, mas procurará compreender os acontecimentos mais importantes do século XX.
O curso será imperdível! Fiquem ligados nos canais de comunicação do PCO para receberem instruções para se inscrever.
O programa Marxismo deste dia 16/11 com a introdução ao curso “O que foi o Stalinismo” está logo abaixo: