Se tornou corriqueiro a falta de pagamento dos trabalhadores dos transportes coletivos municipais, aqueles que muitas das vezes são geridos pela prefeitura da cidade, ou quando não existe esse órgão, são geridos pelo Estado.
A falta de pagamento de vale-alimentação, auxílio-doença, dentre outros direitos, foi o estopim para a deflagração de mais uma greve dos trabalhadores dos transportes coletivos.
Dessa vez foi em Presidente Prudente, interior de SP, após ficarem sem o pagamento do vale-alimentação pela empresa Prudente Urbano, entraram em greve para exigir o pagamento imediato desse direito essencial.
Em audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), alegando dificuldades financeiras a empresa disse que não tem condições de fazer o pagamento.
Ou seja, a empresa quer que os trabalhadores cumpram sua jornada de trabalho passando fome.
Considerando que o salário dos trabalhadores do transporte municipal é muito baixo, e que quase 100% dele já esta empenhado com as despesas obrigatórias, não há espaço para que eles fiquem sem receber o vale-alimentação.
Sendo o transporte público direito essencial da população, mesmo no sistema capitalista burguês, compete ao órgão estatal controlador do transporte, no caso municipal, assumir o controle da empresa de ônibus e garantir o pagamento dos direitos dos trabalhadores.
Momento no qual poderemos ver a falsidade das alegações da empresa, pois se existe uma coisa que não gera prejuízo para empresário é transporte público.
A alegação da empresa de que com a pandemia houve diminuição do faturamento das empresas é falsa, pois na mesma proporção diminuíram o número de viagens e o número de passageiros não caiu, visto que os usuários dos transportes não puderam atender ao apelo do “fique em casa” da campanha da burguesia.
De mais a mais, os trabalhadores não podem pagar o pato da falta de competência da burguesia em achar solução para os seus problemas.
Na realidade, toda essa situação faz parte da política de ataque orquestrado pelos patrões contra os trabalhadores dos transportes coletivos, que é igual em praticamente todos os lugares, pelo país afora, ou seja, a falta de pagamentos dos salários, vale refeição, alimentação, etc..
A conivência, no entanto, dos governantes, bem como os prefeitos diante da situação é total.
Os trabalhadores devem ser organizar em todos os lugares e parar o sistema de transporte, para obrigar os patrões a não só pagar o que é devido como conquistar novos direitos, tais como, aumento salarial, diminuição da carga horária de trabalho, 35 horas semanais e muito mais, como controle total dos transportes, que é direito do povo. Que a burguesia pague pela crise que ela própria criou.