No dia de ontem, professores e funcionários de escola do Paraná, organizados na APP-Sindicato, fizeram um ato contra a militarização das escolas, a imposição de prova para os professores temporários (PSS), e os demais ataques do governo Ratinho Jr (PSD) contra a categoria.
Apesar de pequeno, devido a pandemia e a fraca convocação, o ato expressou o repúdio da categoria contra as medidas ditatoriais do governador bolsonarista do Paraná. Bem como a perspectiva de crescimento do movimento caso enfrente os ataques do governo.
Prova para PSS
Entre as revindicações presentes no ato, estava a oposição a realização de prova para o PSS (Processo Seletivo Simplificado) – forma pela qual o governo contrata professores e funcionários sem fazer concursos, ou seja, uma forma de terceirizar a categoria, rebaixando os salários, criando uma divisão interna dentro da categoria, que tem trabalhadores na mesma função que ganham salários e benefícios diferentes.
Essa é uma política neoliberal, que vem sendo implementada desde o governo de Jaime Lerner (PDT) e que ganhou força nos governos de Beto Richa (PSDB) e agora Ratinho Jr (PSD). É uma forma de privatizar a Educação por dentro. Este sucateamento é utilizado pela burguesia em larga escala, em outras áreas do setor público também, como na Saúde.
É daí que a categoria, colocando-se contra essa tentativa de privatizar a Educação, exige que o governo realize concursos para contratação de professores e funcionários, dado que as escolas têm trabalhado com efetivo insuficiente há anos e que a exemplo dos cursos técnicos, funcionam majoritariamente com professores temporários, o que é um ataque ao processo de ensino aprendizagem dos estudantes.
Militarização
No processo farsa de consulta à comunidade escolar, foram aprovadas 117 escolas militares, 54% das 215 listadas pelo governo. Vale lembrar que este processo foi feito a toque de caixa, com o governo Ratinho mobilizando a direita para assediar os pais. Como ocorreu no caso de Pinhais, com a escola Luna Lunar, em que o movimento direita Curitiba fez campanha, a esquerda também, e a comunidade derrotou a militarização das escolas, como relata o companheiro Antônio Carlos Silva, professor e integrante da corrente Educadores em Luta.
Logo, fica claro que se trata de um problema de mobilização dos professores e funcionários, dos estudantes e pais.
No entanto, enquanto o ato ocorria no lado de fora do Palácio das Araucárias, em Curitiba, a reunião da direção da APP-Sindicato com o secretário da Educação de Ratinho Jr, o empresário direitista Renato Feder, discutia a grade horária das escolas militares. Eis aqui um grave equívoco!
Essa política de convivência com a tentativa do governo de implantar a escolas com fascismo levará a categoria à derrota.
O repúdio da categoria contra a tentativa de militarização das escolas mostra que a paralisia da categoria não se trata de indiferença diante dos ataques do governo, mas sim de falta de uma liderança sindical que chame os professores, funcionários, estudantes e pais a lutarem e barrarem os ataques através da mobilização de toda a comunidade escolas e a população em geral.
A APP-Sindicato não é apenas o maior sindicato do Paraná em número de filiados, é um instrumento de liderança de todo o funcionalismo estadual e de atração de todo o movimento operário e popular no estado.
Portanto, é preciso dirigir a toda a categoria, um chamado à mobilização em todas as escolas, sobretudo nas 117 em que o governo definiu impor a militarização.