Em matéria publicada pela golpista revista Exame no dia 28 de outubro deste ano, o governo fraudulento de Jair Bolsonaro, através do Ministério da Economia, apresentou um levantamento absurdo de que os Correios possuem um passivo de 14 bilhões de reais.
Segundo o estudo fraudulento do governo entreguista de Bolsonaro, esse passivo é a “explicação” para destruir um dos maiores patrimônios do povo brasileiro que é a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), demitir milhares de dezenas de trabalhadores da empresa e acabar com esse serviço público no Brasil.
Utilizando dessa informação fraudulenta, propagada nos órgãos da imprensa capitalista o governo Bolsonaro estabeleceu promover todo o processo de entrega dessa empresa (privatização) até o final do ano de 2022.
O levantamento farsa teria sido realizado por um departamento do próprio Ministério da Economia, controlado pelo mega corrupto e liberal Paulo Guedes, o Siest (Sistema de Informações das Estatais).
Os técnicos do Siest do Ministério da Economia apresentam que mais da metade dos 14 bilhões de reais dos passivos, ou dívidas dos Correios é de origem de pendências financeiras com o fundo de pensão complementar dos trabalhadores dos Correios, o Postalis, e do plano de saúde da empresa.
O restante seria de obrigações trabalhistas e de dívidas com fornecedores.
A farsa se revela no fato de que tanto o Postalis com o plano de saúde dos Correios está sendo custeado nesse momento pelos próprios trabalhadores.
O fundo de Pensão BD (Benefício Definido) foi saldado em 2009 pela empresa com o argumento de que o Saldamento evitaria dívidas para os trabalhadores, no entanto, após alguns anos, a empresa ainda assim passou a cobrar uma taxa dos trabalhadores para pagar o rombo do Fundo, provocado pelo Banco Mellon, um Banco dos Estados Unidos.
Já o direito dos trabalhadores usarem o plano de saúde de forma gratuita foi retirado dos trabalhadores, através dos ministros biônicos do TST (Tribunal Superior do Trabalho) em 2018, estabelecendo mensalidades absurdas para a categoria e retirando o direito de manter os pais e mães de funcionários nesse plano.
Quanto as dívidas trabalhistas adquiridas pela empresa vêm justamente dos vários planos de demissão da empresa, com o nome de demissão incentivada ou voluntária.
Também é necessário explicar que os gastos ordinários que a ECT possui com os Postalis e o com plano de saúde dos Correios são gastos que a empresa sempre conseguiu pagar com o próprio lucro produzido pelos próprios trabalhadores.
Bolsonaro quer quebras do monopólio postal dos Correios
Ao mesmo tempo em que o governo golpista de Bolsonaro manipula os dados econômicos sobre os Correios, apresenta medidas para destruir a organização dos Correios e sua função de preservação da soberania nacional, relacionada ao monopólio postal da Estatal em relação a entrega de cartas, impressos e telegramas.
O ministro golpista de Bolsonaro, Fábio Farias, genro do empresário Silvio Santos, apresentou a Casa Civil desse governo, o projeto de lei que pede ao Congresso Nacional a quebra do monopólio postal dos Correios no Brasil.
Todas as vezes, na história dos Correios, que o monopólio postal foi questionado, foi iniciativa de empresários concorrentes da ECT, mas como o governo Bolsonaro é inimigo das empresas públicas no país, e representante dos capitalistas locais e internacionais, dessa vez a iniciativa saiu do próprio governo.
Após ser apreciado pela Casa Civil, o projeto de lei encaminhado pelo plaboy, Fábio Farias, será encaminhado para o golpista Congresso Nacional, que após o golpe de 2016, vem aprovando todas as propostas de destruição dos serviços públicos e das empresas estatais no Brasil.
Bolsonaro quer destruição a categoria ecetista
Outro franco do governo de Bolsonaro para destruir os Correios, é o seu ataque feroz aos 95 mil trabalhadores dos Correios que entraram por concurso público. A campanha salarial da categoria, que promoveu uma greve de 36 dias pelos trabalhadores dos Correios, realizada em agosto/setembro de 2020 terminou com o maior ataque aos direitos e benefícios dos trabalhadores ecetistas.
Com a ajuda dos ministros biônicos do TST, e da capitulação das direções sindicais dos Correios, Bolsonaro está conseguindo roubar cerca de 40% dos ganhos salariais da categoria.
Os trabalhadores dos Correios que recebiam em média R$ 2.500, 00 (dois mil e quinhentos reais de salários), estão perdendo por ano cerca de R$ 10 mil reais de salários e benefícios, ou seja, perto de R$ 900,00 (novecentos reais) por mês.
Muitos dos trabalhadores do setor operacional que receberam seus contracheques no mês de outubro não receberam nem R$ 1.000,00 (mil reais de salário).
É uma política consciente dos golpistas para desmoralizar a categoria a fim de fazer com que os próprios trabalhadores peçam para ser demitidos, esvaziando com isso a empresa e facilitando o processo da privatização.
É preciso reorganizar os trabalhadores a fim de criar uma ampla mobilização dentro dos Correios e para fora da empresa em torno de uma luta contra os privatizadores dos Correios, os golpistas e o governo Bolsonaro.