A direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP) indicou, no último dia 27, para os seus sindicatos filiados a rejeição da proposta da direção golpista da Petrobrás, que propõem a mudança da forma de distribuição da PLR (Participação dos Lucros e Resultados), onde pretendem não utilizar o mesmo tipo de regramento para todo o Sistema.
Para a o Conselho Deliberativo da FUP, o “regramento tem que atender todos os trabalhadores, independentemente da função que ocupe e da empresa em que atue no Sistema.” (Site Fup 27/10/2020) Para a Fup “os resultados são construídos coletivamente pelos petroleiros e petroleiras. Da mesma forma, o lucro obtido deve ser repartido entre todos os trabalhadores, da forma mais igualitária possível. Daí a importância da PLR ter um piso.” (Idem)
Um aspecto importante em relação à política de distribuição de lucros e resultados é que ele é utilizado pelos patrões como um instrumento de barganha na hora que as categorias forem discutir o aumento salarial. Os patrões, manipulando as dificuldades econômicas dos trabalhadores, criadas pela sua política de arrocho salarial, desvia a reivindicação salarial para que os trabalhadores se contentem com esta espécie de abono, de periodicidade esporádica, que não incide na folha de pagamento, não é incorporada aos salários dos trabalhadores, nem nos seus benefícios e direitos. Ela é usada pelos patrões para desviar a atenção dos trabalhadores, opondo-a a qualquer luta por aumento salarial.
No caso atual da Petrobrás, a situação ainda piora quando a direção da empresa propõe a distribuição de forma diferenciada; se utilizando da PLR como instrumento político com o intuito de dividir os trabalhadores. O que tentam fazer é tentar estimular os trabalhadores, pela perspectiva de uma migalha a mais em seus orçamentos do mês se colocarem à disposição das metas exigidas pelo patrão; e essas metas que sempres envolvem uma maior produtividade tendem a criar uma acirrada competição entre os trabalhadores, que trabalharão mais intensamente para poderem aumentar sua parte nos “lucros”.
A PLR divide os trabalhadores em torno da busca de uma melhor colocação na empresa e consequentemente o crescimento da dominação patronal sobre o setor mais atrasado da categoria e o abandono da luta unitária dos trabalhadores contra os patrões.
E é isso que, fundamentalmente, está por trás da jogada da direção da Petrobrás, em tentar estabelecer uma diferenciação na hora da distribuição dos lucros e resultados.
A força do trabalhador está na sua unidade. A criar a competição no meio da classe operária, a burguesia consegue enfraquecer sua resistência, fortalecendo a engrenagem capitalista e a exploração da classe trabalhadora.