Nesta segunda (26), o governador Ratinho Jr (PSD), anunciou a implementação, a partir de 2021 de 215 escolas militares no Paraná. A medida é uma ofensiva da extrema direita para impor um regime de terror dentro da Educação Pública e tem como objetivo combater a liderança da esquerda entre estudantes, professores e funcionários, que tem sido ponta de lança na mobilização contra os governos resultantes da fraude eleitoral de 2018, como os de Bolsonaro e de Ratinho.
A toque de caixa, o governo Ratinho “convocou” a comunidade escolar – mães, pais, ou responsáveis, professores, funcionários), diretores e estudantes – sem a assembleia ou discussão, para votar pela implantação das escolas militares. É um golpe contra o povo paranaense, que pretende enfiar goela abaixo uma medida que em qualquer discussão ampla com a comunidade escolar, seria completamente repudiada.
Isso porque, por mais que os estudantes de hoje não saibam o que foi a ditadura militar no Brasil, seus pais e avós com certeza sabem o que é viver sob um regime de terror e se negariam a ter seus filhos sob um regime assim ao saberem que é isso o que o governo golpista de Ratinho aprovou.
Balão de ensaio do fascismo
O investimento anunciado será de cerca de R$ 80 milhões, atingindo – supostamente – 129 mil alunos. Trata-se do maior projeto do Brasil na área. De acordo com os próprio governador golpista:
“Esse programa será transformador para o Paraná. Para entregar a melhor educação do Brasil precisamos ampliar os projetos e trazer novas ideias.”
Em coletiva de imprensa ele destacou que
“a média das escolas cívico-militares no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é 20% maior do que na educação tradicional” e concluiu que esse é um modelo vencedor. Se é vencedor, queremos ofertar essa modalidade. A implantação será feita de forma democrática”.
No entanto, o governo manobrou e a direita está em ampla campanha nas redes sociais, para criar um clima de apoio a medida ditatorial e reacionário do governo. Contra isso, é preciso opor uma campanha ainda mais agressiva, que denuncie do que se trata a medida e mais, tenha como desdobramente imediata uma mobilização junto as escolas, que prepare uma greve contra a a tentativa de implantar um regime de terror nas escolas do Paraná.
Como o governo golpista concebe a Escola com Fascismo?
“As escolas serão compostas por um diretor-geral e um diretor-auxiliar civis, além de um diretor militar e de dois a quatro monitores militares, conforme o tamanho da escola. No currículo haverá o aumento da carga horária, com aulas extras de português, matemática e valores éticos e constitucionais.”
Segundo o secretário estadual de Educação e do Esporte, o capitalista Renato Feder:
“Teremos aulas adicionais de português, matemática e civismo, para estudar leis, Constituição Federal, papel dos três Poderes, ética, respeito e cidadania. Os alunos vão estudar mais. E no ensino médio a principal mudança é a implementação da educação financeira… É um modelo que acreditamos para o futuro”.
É isso mesmo, os militares que deram o golpe de Estado de 1964 e de 2016, ensinarão aos filhos dos trabalhadores como “respeitar as leis” e as pessoas. Dizer isso para os paranaenses, que enfrentaram o Massacre de 29 Abril de 2015 é um deboche. Aqueles mesmos militares que usaram escopetas, bombas, balas de borracha e cães, tudo isso para que o governo Beto Richa – do qual Ratinho Jr era secretário de estado – roubasse a Paraná Previdência, ou seja, a aposentadoria dos servidores, sobretudo dos professores e funcionários de escola, a maior categoria do funcionalismo paranaense.
Mas não para por aí. O secretário de Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, que tem experiência de dez anos como professor do Colégio Militar de Curitiba, disse que o objetivo é ampliar esse modelo para outros locais do Estado:
“Um aluno com essa formação sai muito focado para o seu objetivo, seja na formação acadêmica, na formação militar, na plataforma para empreender. Vamos montar um currículo voltado para esse novo conceito, que pede mais formação”, afirmou. “Ajudaremos a implantar esse programa com muita energia”.
Essas informações não devem deixar dúvidas a ninguém. Trata-se de um projeto da direita e da extrema direita para implantar dentro da Educação Pública um regime de terror contra a comunidade escolar, de centenas de milhares de estudantes, professores e funcionários que tem sido, nos últimos anos, um setor fundamental da mobilização da classe trabalhadora no país.
Processos na Justiça burguesa não impedirão o avanço da extrema direita
Por isso, é preciso mobilizar imediatamente contra a implantação dessas Escolas com Fascismo no Paraná, através de atos nas escolas que estão sendo escolhidas para serem militarizadas e preparando uma greve que tenha como questão principal barrar as escolas militares no Paraná.