Nesse momento ocorre uma luta política fundamental para a continuidade da luta pelo fora Bolsonaro entre os defensores da frente ampla com a direita golpista e o setor da esquerda que defende a luta através da mobilização dos trabalhadores.
Dentro das organizações sindicais essa luta política também não é diferente. Há setores da esquerda pequeno burguesa dentro da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e dos sindicatos que defendem com afinco uma frente ampla com o centrão dentro do Congresso Nacional.
Esse centrão é formado pela direita que colocou Jair Bolsonaro e sua política de ataques aos trabalhadores na presidência da República, ou seja, são os pais de Bolsonaro. Após a eleição fraudulenta que deu a ‘vitória’ a Bolsonaro, esse centrão aprovou todos os ataques aos trabalhadores e suas organizações sindicais.
Partidos do centrão como o MDB, PSDB, PP, PL, Republicanos, REDE, PV e Solidariedade, e também o DEM e PSL que fazem parte do governo Bolsonaro, mas se dizem independentes. Além de PDT e PSB que são considerados de esquerda, mas que frequentemente votam favoravelmente aos projetos de Bolsonaro. Todos esses partidos citados ajudaram na aprovação da reforma da previdência, da reforma trabalhista, nas demissões, nos cortes de salários e, mais recentemente, impedindo a aprovação da continuidade do Auxílio Emergencial de R$600,00 até o final da pandemia.
O que a CUT e os sindicatos ganhariam alguma coisa com a aliança com esses setores golpistas e que fizeram campanha suja contra essas próprias organizações? Fica evidente que nada. Somente a CUT possui na sua base milhões de trabalhadores que são o diferencial na luta política e que se opõe completamente a essa política de ataques do governo Bolsonaro. Se aliar com os patrões do centrão só vai trazer negociatas que representam mais ataques.
Para que a CUT que pode mobilizar milhões de trabalhadores vai entrar nesse barco furado que é a frente ampla? Cheia de bolsonaristas e golpistas que possuem divergências secundárias com o governo Bolsonaro ou estão na oposição para somente barganhar cargos e orçamento, a frente ampla não busca derrotar o governo ou derrubar Bolsonaro e cedo ou tarde vai trair a esquerda e os trabalhadores, como fizeram no golpe em 2016.
O que vai ocorrer caso os sindicatos e a CUT entrem de cabeça na frente ampla é ter que renunciar a direitos e conquistas visto que o centrão tem como base fundamental retirar o direito dos trabalhadores e destruir suas organizações.
Outro ponto fundamental da frente ampla é colocar esses trabalhadores e suas organizações a reboque da direita golpista, como Fernando Henrique Cardozo, Rodrigo Maia, João Doria, Wilson Witzel entre muitos outros. É uma maneira de evitar que a classe operária se mobilize de maneira independente e com uma política própria contra os patrões e a direita, sendo apenas massa de manobra para utilizarem os trabalhadores para negociar com Bolsonaro.
Esse não é um método que trará conquistas ou vai reverter ataques realizados após o golpe, como privatizações, a frente ampla é o oposto disso. Os trabalhadores sempre conquistaram direitos através de mobilizações nas fábricas e nas ruas e no governo Bolsonaro não é diferente.