Fim da "Comuna de Seattle"

“Zona autônoma” de Seattle, uma tática que não leva a nada

A política anarquista de se criar uma zona autônoma e independente do estado se mostrou falha e incapaz de se sustentar, além de desmobilizar o movimento a favor do fim da polícia

Após a desmobilização das manifestações contra o racismo e a repressão policial nos Estados Unidos, aquilo que foi comemorado por muitos dentro da esquerda pequeno burguesa como sendo a mais alta demonstração de radicalismo e de política também foi desmantelado. Trata-se da chamada “Comuna de Seattle”, que foi destruída pela polícia após pouco mais de duas semanas do seu início.

A zona livre da polícia e do estado foi destruída pela própria polícia no último dia 1º de julho. A polícia invadiu o local e levou 13 pessoas presas, enquanto dava 8 minutos para o restante dos moradores do local saírem da zona. Foram mobilizados muito policiais para a ocasião, como é possível ver nos vídeos a seguir.

A criação da zona autônoma, chamada de Capitol Hill Autonomous Zone (Zona Autonoma de Capitol Hill, CHAZ),  Capitol Hill Organized Protest (Manifestantes Organizados de Capitol Hill, CHOP),  Capitol Hill Occupied Protest (Ocupação de Manifestantes de Capitol Hill) ou ainda Free Capitol Hill (Capitol Hill livre), foi na verdade uma maneira -intencional ou não- de se desviar a atenção dos objetivos reais dos manifestantes dos Estados Unidos.

Assim como aconteceu em Minneapolis, a tendência geral das manifestações era a de se partir para um confronto contra a polícia e clamar pelo seu fim. Nesse sentido, apesar de os manifestantes que tomaram a área de Capitol Hill ainda pedirem pelo fim da polícia, o que ocorria era a troca das manifestações de rua e do enfrentamento contra a polícia e o estado burguês por uma pequena zona autônoma, que somente foi tolerada enquanto segurava as manifestações pelo fim da polícia. Após o esfriamento das manifestações, a zona foi rapidamente desmantelada e tudo voltou à “normalidade” do dia a dia da cidade de Seattle.

O fato de que a própria prefeitura da cidade ajudava as pessoas que tomaram Capitol Hill e, após 3 semanas, essa mesma prefeitura ter ordenado que a polícia local limpasse a área é a demonstração disso. O que se queria era justamente manter a ilusão que era criada pela zona autônoma para impedir que a mobilização continuasse.

A própria zona autônoma se mostrou muito frágil frente à polícia após a mobilização praticamente acabar nos Estados Unidos. Os novos moradores da região não puderam fazer praticamente nada contra a polícia que os colocou para correr, demonstrando a fragilidade desse tipo de política anarquista. Enquanto isso, caso a mobilização tivesse continuado nas ruas, a polícia corria o sério risco de ser extinta, já que ela não tinha capacidade de segurar a população das ruas e várias vezes se cogitou a utilização da Guarda Nacional dos EUA e do próprio exército contra os manifestantes.

A única maneira real de se proteger contra a polícia é exigindo sua extinção através da mobilização das massas, assim como não é possível criar zonas “sem estado” que sejam realmente combativas e duradouras, já que esses locais são facilmente controlados quando a burguesia julga necessário.

 

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