A crise econômica está causando um grande desemprego entre os trabalhadores e está levando o País ao colapso. Podemos ver isso na última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que mostra que, pela primeira vez, o número de desempregados entre população brasileira com idade para trabalhar é superior ao de pessoas empregadas.
Segundo o PNAD existem hoje um total de 87,7 milhões de brasileiros desempregados e 85,9 milhões de pessoas empregadas, uma enorme crise que assusta a burguesia nacional. As explicações são a crise econômica que foi potencializada pela pandemia de Coronavírus e levou à demissão, de março a maio, de 7,8 milhões de trabalhadores.
Neste trimestre, mais de 2,5 milhões de vagas com carteira assinada foram extintas e os mais afetados foram os trabalhadores informais com quase 5,8 milhões de pessoas que atuavam nessa condição perdendo ocupação.
Os dados assustam a burguesia e criam condições para uma explosão social em todo País, mesmo com o medo do Coronavírus. Essa situação se agrava com os dados sobre o Brasil para o próximo período e a política de Bolsonaro que potencializa essa enorme crise entre a população explorada.
Em primeiro lugar, o próprio imperialismo se preocupa com a situação no Brasil. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), apresenta o País como um dos principais focos da doença na América Latina e afirma que o país ainda não passou pelo pico da doença, e o coloca em agosto. Ou seja, ainda não foi atingido o auge da crise econômica e sanitária do Coronavírus, o que eleva ainda mais as demissões, mortes e estagnação econômica.
Em segundo lugar, é a política do governo Bolsonaro que está agravando essa situação. O governo não quer de maneira alguma possibilitar nenhuma ajuda social para essa massa de desempregados, fato que preocupa muito a burguesia. Bolsonaro e o ministro capacho dos banqueiros, Paulo Guedes, são contra a renovação do auxílio emergencial e pensam até em reduzir o valor, caso seja estendido.
Há rumores de que o governo vai apresentar mais dois meses de auxílio emergencial no valor de R$600,00, que em nada muda da proposta anterior, que era dar R$1200 em 3 meses e que melhora pouco a vida dos trabalhadores. Mas há uma pegadinha nisso, pois o governo encerra as inscrições para receber o auxílio emergencial neste dia 2 de julho. Ou seja, nem atingimos o pico da pandemia e das demissões, e o governo já anuncia que não vai abrir para novos cadastros. Fato que vai levar uma parcela significativa à miséria.
A situação vai se agravar ainda mais
Pesquisadores do IBGE afirmam que esse número de desempregados é ainda maior. Isso porque foi verificado que muitas pessoas que foram demitidas recentemente não buscaram emprego, o que mascara os dados para baixo. Esse fato cria uma sub-notificação devido à pandemia e ao receio de sair de casa e buscar emprego.
Tem que ficar claro que esses números vão agravar-se ainda mais porque, se levarmos em conta as previsões da OMS, temos ainda mais dois meses até o pico e os meses após o pico que também são extremamente graves para a situação econômica. Isso se não houver uma segunda onda de contaminações de Coronavírus. O cenário é incerto. A única certeza que podemos ter é que a crise será desastrosa.
Por isso, é preciso organizar a população e os trabalhadores para enfrentar a crise, e sair às ruas, mesmo neste momento difícil. Este é o único caminho que dá resultado para os trabalhadores: às ruas e com um programa de luta e reivindicações para enfrentar a enorme crise econômica que está por vir.
As organizações dos trabalhadores, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), devem encabeçar essa organização e a luta contra o governo Bolsonaro que agrava ainda mais a pandemia. É preciso sair às ruas e portar a bandeira do movimento, cuja cor característica é o vermelho.