O prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos, antigo PRB), escorado sobre o pretexto do isolamento social, autorizou a ampliação da repressão policial contra vendedores ambulantes da cidade.
Os trabalhadores, que recorrem ao improviso diante do total abandono do poder público, estão tendo seus produtos roubados pela prefeitura que ignora o fato de que agindo desta maneira irá deixar milhares de famílias sem renda.
No último sábado (27/6), primeiro dia da reabertura do comércio de rua na cidade, 744 estabelecimentos e ambulantes da Zona Oeste foram fiscalizados e 19 pequenos estabelecimentos foram fechados arbitrariamente. A região periférica, segundo a prefeitura, seria responsável por mais de 50% dos atendimentos do Disk Aglomeração, um mecanismo criado para que a população se denuncie a si própria.
Já na tarde deste domingo (28/6), os fiscais da prefeitura do Rio expulsaram 143 trabalhadores ambulantes que estariam irregulares para atuar na Feira de Acari, localizada na Zona Norte. A repressão dos agentes de fiscalização também ocorreu em bairros da Zona Oeste da cidade.
Somando as duas operações, mais de 800 produtos que eram comercializados pelos trabalhadores ambulantes foram levados pela prefeitura. Segundo a própria prefeitura eram CDs e DVDs, caixas de doces e biscoitos, pipas e linha, frutas, papel higiênico e um ventilador.
A investida contra os trabalhadores reuniu funcionários das secretarias municipais de Ordem Pública (Seop) e de Fazenda. Sob a coordenação da primeira, a atuação contou ainda com membros da Subsecretaria de Operações e Coordenadoria de Fiscalização de Estacionamentos e Reboques (Cfer), Guarda Municipal, Coordenadoria de Controle Urbano (CCU, da Secretaria Municipal de Fazenda), e do 9º Batalhão de Polícia Militar (Rocha Miranda).
Essa é uma política de fome e de morte levada adiante pela direita. Enquanto que isso não há um contraponto, um auxílio, uma garantia da prefeitura para esses trabalhadores. Nada. O “erro” destes trabalhadores talvez tenha sido o de não solicitar um Avião Presidencial para transportar os produtos até a feira popular. Ao que parece nas aeronaves do Planalto todo tipo de negociata é permitida e a fiscalização é um tanto quanto omissa, o que facilitaria a vida dos simplórios ambulantes da antiga capital brasileira.