O Brasil está com 9 milhões de pessoas sem salário e que o consumo deverá cair. Os dados são da PNAD COVID-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), sendo o primeiro estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que tenta medir o impacto da covid-19. Foi realizada no mês de maio e será atualizada semanalmente.
A pesquisa indica que dos 84,4 milhões de trabalhadores brasileiros, 9,7 milhões ficaram sem renda durante a pandemia. Estes fazem parte dos 19 milhões que perderam o emprego. E isso revela que cerca de 50% dos afastados, não só os que perderam o emprego, perderam renda. Fazem parte do número: os empregados, empregadores e os que trabalham por conta própria.
De imediato essa perda de renda revela a falta de política de preservação do emprego e renda como parte do controle da pandemia. E que são milhões de pessoas que de imediato estão sem renda, dependendo de algum tipo de auxílio.
Essa falta de renda representa queda do consumo de 2% do PIB em relação ao trimestre anterior. Esse recuo é o pior desde a crise energética de 2001 e deverá se aprofundar nas condições atuais da pandemia. E que isso afetará a retomada de crescimento.
E os especialistas dizem que a taxa de desemprego nos próximos períodos deverão se aprofundar e esse dado não aparece na pesquisa. Como os que desistiram de procurar emprego não aparecem na estatística, a realidade é que provavelmente o número seja em torno de 30% da população desempregada.
Ainda a pesquisa indica que o norte e o nordeste apresentaram as maiores taxas de afastamento sem remuneração, seguido de sudeste, centro-oeste,e sul. Enquanto a média nacional é de 11,5%, norte e nordeste apresentam 15 e 16,8%, sudeste 11%, centro-oeste 8,2%, sul 5,9%.
E também que pessoas de 60 anos e maiores foram as mais afetadas pela perda de renda, representando 27,3% dos afastamentos. E ainda que os sem carteira assinada lideraram os afastamentos, sendo que domesticos são 33,6 %, setor público 29,8%, privado 22,9%.
Já os que puderam ter trabalho remoto foram apenas 13,3% da população ocupada. Destes 38,3% tem diploma universitário, como esperado. Agora os 27,9% da população que não foram afastados tiveram o horário de trabalho reduzido. A diminuição da renda média nacional ficou em 18,2%, indo de R$ 2.320,00 para R$ 1.899,00.
Dos entrevistados, 11,4% apresentaram sintomas da covid-19, 24 milhões de pessoas, sendo a predominância no norte e nordeste. Destes 57,4% são mulheres e 71% negros, já nos hospitalizados a maioria são homens 62,3% e negros 61,3%.
Os dados revelados nesta pesquisa indicam que a política correta para o enfrentamento da pandemia e crise econômica seriam as de fazer testes em toda população. E isolando os infectados para evitar a propagação em larga escala, teríamos melhor controle dela. Além disso reduziria o número de afastados.
Ao invés disso, a burguesia preferiu nada fazer e deixar a história seguir seu curso. E com isso assistimos ao enorme genocídio da população, queda do consumo devido ao gigantesco índice de desemprego e perda de renda. Dessa forma a fome e a miséria da população piora a olhos vistos.
E ainda redução da atividade econômica com grande número de fechamento e falências, que pioram a cada dia, deixando a população e a economia sem perspectivas de futuro. Afinal ninguém arrisca um prognóstico de quando as crises da pandemia e a econômica irão dar sinais de recuo.