No dia 28 de junho o PCO e os Comitês de Luta estiveram novamente presentes na Av. Paulista para mais um ato pelo “Fora Bolsonaro”, mas além de ter que enfrentar o governo de extrema-direita, estamos também tendo que enfrentar uma ala minoritária dentro da esquerda que são contra as bandeiras de partidos políticos, o ataque vem principalmente de membros do movimento que se intitula “Somos Democracia” relacionados ao PSOL. Após ameaças de que haveria “confusão” caso o PCO participasse do ato com bandeiras, chegando ao MASP, local que nós também estávamos convocando manifestação, integrantes do “Somos Democracia” pediram ajuda para que a Polícia Militar não permitisse a presença do Partido da Causa Operária com as suas bandeiras.
Se o movimento diz lutar pela democracia e contra o Bolsonaro, por que são contra a presença de partidos de esquerda e das suas bandeiras? A quem interessa um movimento amarelo e azul sem reivindicações objetivas para manter a democracia? O que se espera de um ato popular e democrático é que todos que defendem os direitos do povo, possam participar livremente das manifestações levantando as suas bandeiras, suas faixas, etc. Impedir que isto aconteça é totalmente antidemocrático, e pedir que a Polícia Militar ajude – é ditatorial.
Após negociação entre o PCO e os membros deste movimento, com a polícia presente a pedido do “Somos democracia”, o ato se dividiu em dois blocos, o PCO manteve as suas bandeiras erguidas de um lado formando um bloco vermelho, e do outro lado o bloco do “Somos Democracia” com predominância das cores amarelo e azul na faixa e camisetas do movimento e nos sinalizadores que eles acenderam.
As cores podem parecer algo irrelevante, mas não é. Amarelo e azul são as cores do PSDB, as cores da direita golpista que agora tenta se reciclar e se apresentar como uma alternativa civilizada ao governo Bolsonaro, essa manobra está sendo realizada a partir da Frente Ampla que conta com a presença de elementos da esquerda pequeno-burguesa. Um deles é o Guilherme Boulos do PSOL, que em São Paulo se impôs como liderança das manifestações dos torcedores e fez acordo com a Polícia Militar de Doria para permitir que os bolsonaristas continuem pedindo ditadura militar na Av. Paulista a cada 15 dias, num revezamento da avenida entre a extrema-direita e os movimentos de esquerda.
Por isso, nós do PCO não permitiremos que golpistas manipulem as manifestações pelo “Fora Bolsonaro” e que 2013 se repita. Defendemos a nossas bandeiras, pois elas marcam a nossa presença nas ruas e não permitem que a Globo, a Folha de S.Paulo e outras imprensas direitistas deturpem a imagem das manifestações populares. Não trata-se do Partido da Causa Operária querer ser protagonista das manifestações, e se isso fosse uma das nossas preocupações, não seria desonesto da nossa parte, já que fomos o primeiro partido político a defender e lutar pelo “Fora Bolsonaro”, nós distribuímos centenas de milhares de adesivos e boletins contra Bolsonaro, lançamos oficialmente a campanha e mesmo durante a quarentena realizamos atos presencias.
Não defendemos só a nossa bandeira, defendemos que TODOS os partidos de esquerda, movimentos populares, coletivos, times de futebol, estejam presentes nos atos e levantem as suas bandeiras. Neste momento é fundamental que façamos isto! Não podemos permitir que direitistas tomem conta das manifestações e impeçam uma luta real e popular contra o governo bolsonarista e o fascismo. Amarelo – como a própria Folha de S.Paulo defende como sendo a cor da democracia – é a cor dos golpistas que acabaram com o governo popular do PT. Vermelho – é a cor dos que lutam por um governo de trabalhadores – é a cor daqueles que são verdadeiramente contra o governo bolsonarista e todos os golpistas.
Esquerda, levante as suas bandeiras vermelhas!