Os comitês de luta, militantes das mais diversas forças da esquerda, além de ativistas dos movimentos populares devem mobilizar-se novamente para voltar à avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 28 de junho às 14h no MASP, pelo “Fora Bolsonaro”. O ato a ser realizado na capital paulista será acompanhado por diversos atos em várias cidades do país inteiro, além de em aproximadamente 50 cidades em quase todos os continentes do planeta, no ato mundial “Stop Bolsonaro”.
Depois de impor derrotas à extrema-direita nas ruas, as mobilizações populares abriram uma crise ainda mais profunda no interior da direita, o que obrigou a burguesia a reorganizar suas forças. Longe de significar uma diminuição no ânimo dos capitalistas de impor um endurecimento do regime, o desenrolar dos eventos mostrou um ressurgimento da até então acuada direita centrista, que, pela via das instituições republicanas, continuou o processo de ataques às liberdades políticas e democráticas da população, o que se revelou em diversos momentos nas últimas semanas.
É o caso emblemático da atuação da burocracia judicial contra os chamados “atos antidemocráticos”. Começando pelo ataque a setores descartáveis no campo da direita, a palavra chave já rondou os noticiários para atacar partidários da ditadura do proletariado. Ainda sob a base da defesa da democracia, a famigerada Lei de Segurança Nacional (LSN), uma herança da Ditadura Militar, volta a frequentar a cena política nacional e seguindo o padrão de “aproximações sucessivas” acima descrito, contra os cachorros loucos da extrema-direita num primeiro momento mas já contra militantes da luta dos negros.
Evidenciando esse desenvolvimento com mais concretude, os atos de 14 de junho demonstraram claramente o uso sistemático do aparelho de repressão, que sob a desculpa de impedir confrontos, vem atuando tanto para proteger a militância direitista como para impedir a esquerda de se manifestar. Em Brasília, um cordão de isolamento foi colocado pela PM com tal finalidade. Em São Paulo, o mais agudo dos casos, todo o aparato repressor, tanto judicial quanto militar, fora mobilizado para impedir que a esquerda se dirigisse à Paulista no último domingo. Os juízes usaram um acordo feito entre Boulos e os fascistas para justificar multas estratosféricas para qualquer organização que tentasse aparecer no ato da direita, que ainda contou com forte aparato da PM para proteção. Sobram, portanto, elementos apontando para um fechamento cada vez maior do regime, rumo a uma ditadura abertamente fascista. E a desculpa já está dada (não que em algum momento de nossa história tenha sido necessária).
Promovendo um verdadeiro genocídio do povo brasileiro, a política conduzida por Bolsonaro durante a crise da pandemia é outro fator que torna a mobilização popular pelo fim do governo golpista nas ruas uma necessidade. Com infecções ultrapassando 1,1 milhão de pessoas e mais de 53 mil mortes (segundo as estatística oficiais, de credibilidade muito duvidosa), é sobretudo a parcela mais pobre da classe trabalhadora que se encontra mais severamente ameaçada. Com a perspectiva de retorno a uma normalidade absolutamente irreal, a luta contra o regime, capaz de qualquer loucura para atender os interesses da burguesia, se torna uma questão de vida ou morte a amplos setores da população.
Por isso, a classe trabalhadora da cidade de São Paulo, os estudantes e demais setores vanguardistas da luta operária e popular devem, mais uma vez, voltar à Paulista neste domingo e trabalhar desde já pela convocação de companheiros para o ato, que se concentrará em frente ao MASP. Por Fora Bolsonaro, fora todos os golpistas, contra o regime genocida que ameaça o amplo conjunto da população, por uma frente não com os golpistas mas com o povo e também por novas eleições, em substituição da fraude de 2018 e com os direitos políticos do ex-presidente Lula restabelecidos, de modo que seja feita a vontade do povo.