Depois de um longo período de inércia e paralisia, muito em função da política de represamento imposto pelas direções, o movimento de massas e a luta popular voltam a ocupar o cenário político nacional, onde as ruas e praças de todas as principais regiões e cidades do País estão sendo ocupadas por massivos atos e manifestações contra o governo burguês-golpista, tendo o fascista Jair bolsonaro como presidente, eleito em 2018 sob o signo da fraude e da manipulação.
As manifestações são uma reação das massas populares e do movimento de luta dos trabalhadores contra os ataques às suas condições de vida, o arrocho e o congelamento salarial, o desemprego, a ameaça da extrema-direita fascista contra os direitos e as liberdades democráticas e em repúdio também às milhares de mortes que o país registra todos os dias pela epidemia do Coronavírus, a ausência de atendimento à população pobre infectada, a violência policial e por tudo mais que o governo Bolsonaro representa contra o país, a economia nacional e a população explorada.
Na contramão dessa tendência, o que se vê, por parte das organizações de luta dos trabalhadores – a CUT em primeiro lugar e também os sindicatos – é uma política oposta a essa disposição demonstrada nas ruas por centenas de milhares de ativistas. A maior e mais importante central sindical do país, e uma das maiores do mundo, permanece alheia aos acontecimentos, com as portas fechadas, sem iniciativa para reagir aos ataques do governo fraudulento de Bolsonaro e acompanhar a tendência das massas presente na conjuntura.
Esse vácuo de liderança das lutas deixado pela CUT vem sendo, de forma oportunista e indevida, ocupado pela esquerda pequeno-burguesa, centrista, parlamentar, que tenta colocar-se como direção das lutas. São os mesmos setores partidários da “Frente Ampla” (PCdoB, Psol, PSB, direita do PT, etc.), tendo o senhor Guilherme Boulos à frente, notório desorganizador dos atos e manifestações. São eles que desejam enfrentar a extrema-direita nacional, expulsando os bolsonaristas das ruas e das praças do país?
Os sabotadores de “esquerda”, partidários da Frente Ampla, não querem e nem desejam o enfrentamento com a extrema-direita, mas têm como perspectiva utilizar a pressão exercida pelos movimentos de luta que ganham as ruas, para estrangular as mobilizações, conduzindo-as para o terreno das instituições golpistas do Estado (Parlamento, STF), pois esta é a política da Frente Ampla, que sequer tem inscrito em seus manifestos e documentos a luta pelo “Fora Bolsonaro”.
Nesse sentido, a CUT não pode e não deve permitir que os oportunistas contrários à luta pelo “Fora Bolsonaro” e o enfrentamento com os fascistas assumam o controle dos movimentos. A Central sindical deve imediatamente romper com a paralisia e a inércia, reabrindo suas portas e a dos sindicatos, colocando-se como a verdadeira liderança dos atos e manifestações que estão em desenvolvimento, como método de ação para enfrentar o bolsonarismo.