O aparato de guerra da PM e a liminar da juíza que proibiu as manifestações em Curitiba, colocam a necessidade de no próximo domingo (21), ocorrer um ato ainda maior para se opor a ditadura em marcha.
No último domingo (7) e no último sábado (13), a PM cercou a Praça Santos Andrade, centro de Curitiba, e impediu a circulação normal de pessoas pela praça, fazendo moradores e pessoas que por ali passaram desviar o caminho ou passar por revista ostensiva e consulta do número do RG.
Desta forma, manifestações que aguardavam mais de mil pessoas, ocorreram com centenas de manifestantes, que ficaram detidos dentro do bloqueio policial. Tendas, mesas retráteis e mesmo álcool (acima de 200ml) foram proibidos de entrar dentro do bloqueio policial.
Isso para esvaziar manifestações pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e intimidar os manifestantes, que eram tratados como criminosos muito perigosos. Outro fato que chamou a atenção foi o tamanho do aparato de repressão mobilizado para os atos. No último sábado, haviam cerca de 30 policiais por manifestante. Batalhão de choque, cavalaria, helicóptero e dezenas de viaturas, motos, carro blindado e helicóptero foram utilizados.
Se por um lado, esta exibição é um recado que esse aparato está pronto e mobilizado para ser utilizado contra a esquerda. Por outro, mostra uma defensiva da extrema direita bolsonarista, que se expressa no pedido do presidente fascista de que os bolsonaristas deixassem as ruas “para que a PM e a Força Nacional pudessem trabalhar”. Em outras palavras, com a retomada das mobilizações, Bolsonaro reconheceu que a extrema direita não tinha condições de fazer frente a retomada da mobilização por parte da esquerda, desta vez representada pelas torcidas, setor proletário e radical do movimento operário.
É esta caracterização política que deve embasar a atuação dos militantes da esquerda, das torcidas, dos comitês de luta, dos conselhos populares de saúde. Nesta fase de retomada dos atos, de aumento da tensão entre as classes, das ameaças de golpe militar, a única forma de se obter uma saída democrática, progressista, de esquerda, contra a ditadura, reacionária, fascista, é defender nas ruas a população e seus direitos.